PROVA DE REVALIDAÇÃO DE DIPLOMA MEDICO UMFT – 2008

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1) Em relação a utilização do sulfato de magnésio para prevenir ou tratar a convulsão na iminência de eclâmpsia e na eclampsia, alguns cuidados devem ser observados:

I. A freqüência respiratória deve ser superior a 14 incursões por minuto.
II. Deve-se utilizar o gluconato de cálcio a 10% na depressão respiratória.
III. Pode ser mantida com reflexo patelar presente.
IV. Deve ser suspensa se a diurese for inferior a 50 ml/h.

Está(ão) correta(s) somente a(s) afirmativa(s):

  1. I, II, III e IV
  2. I, II e III
  3. I e II
  4. III e IV
  5. I e IV

GABARITO OFICIAL: B
Tratamento Anticonvulsivante
Feito através do Sulfato de Magnésio (MgSO4). Um dos seguintes esquemas é utilizado na iminência de eclâmpsia ou na crise convulsiva:
Esquema de Pritchard
Aplicar a dose inicial de 4g a 10% por via intravenosa, associada a 10g, aplicadas em via intramuscular, na concentração de 50%, aplicadas (5g em cada glúteo). A manutenção é feita através da administração de 5g, a cada 4 horas, também por via intramuscular.
Esquema de Zuspan
Aplicar inicialmente a dose de ataque de 4g a 10% por via intravenosa, seguida da dose de manutenção também por via intravenosa de cerca de 1g/h (obtida com uma solução de SG 5% 400 ml e 10 ampolas de sulfato de magnésio a 10%, velocidade de infusão de 16 gotas/minuto).

Os seguintes cuidados devem ser sempre observados:
• A aplicação da dose intravenosa deve ser efetuada lentamente (15 a 20 minutos).
• Na aplicação intramuscular deve-se, primeiramente, proceder rigorosa antissepsia. A solução não deve ser totalmente aplicada no mesmo ponto: a agulha deve ser mobilizada de modo a espalhar o líquido em "leque". A aplicação deve ser profunda e pode-se associar lidocaína para diminuir a dor.
• A administração da manutenção deverá ser suspensa caso a freqüência respiratória tenha menos de 14 incursões por minuto, os reflexos patelares estejam completamente abolidos ou a diurese seja inferior a 100 ml durante as 4 horas precedentes.
O gluconato de cálcio a 10% atua como antídoto. É indispensável manter sempre à mão uma ampola de 10 ml, para aplicação imediata no caso de eventual parada respiratória, apesar de raramente ocorrer quando devidamente observadas as normas de aplicação e vigilância do sulfato de magnésio.
• Na recorrência de convulsões, utilizam-se mais 2g IV e aumenta-se a velocidade de infusão do sulfato de magnésio. Na persistência delas, com crises subentrantes, pode-se optar pela fenil-hidantoína, segundo o esquema:
-> ataque: 250 mg + SG 5% 250 ml IV em gotejamento até completar a dose total de 750 mg.-> manutenção: 100 mg 8/8 hs IV e, a seguir, 100 mg 8/8 hs VO, até a alta
Deve-se estar atento para as diferentes concentrações das apresentações existentes no mercado:
• MgSO4.7H2O a 50%: 1 amp = 10ml = 5g
• MgSO4.7H2O a 20%: 1 amp = 10ml = 2 g
• MgSO4.7H2O a 10%: 1 amp = 10ml = 1g
Diluição 4g a 20%: 8 ml de MgSO4.7H2O + 12 ml de soro fisiológico a 0,9% = 4g = 20ml a 20% (20ml, correr 1ml por minuto).
Como pode ser observado, as primeiras 3 afirmações são verdadeiras. A ultima e falsa, porque o tratamento com sulfato de magnésio tem que ser suspenso quando a diurese e inferior a 100 ml/h.
COMENTARIO PESSOAL
Minha resposta foi B, também.
Pergunta aceitável, sendo sobre um accidente lamentável, que e a eclampsia. Com certeza, qualquer medico tem que conhecer os mais importantes sinais de alarme referentes ao tratamento anticonvulsivante. Sem duvidas ou reclamações.

2) Durante consulta da rotina pré-natal, uma primigesta de 34 anos, com 1,60m de altura e 106 Kg de peso de idade gestacional 28 semanas, traz exames de glicemia de jejum de 108 mg/dl. Tem antecedentes familiares de diabetes. Deve-se:
(a) Orientar dieta hipocalórica e repetir glicemia com 2 semanas
(b) Iniciar insulinoterapia e recomendar atividade física
(c) Pedir glicemia pós-prandial para confirmar o diagnóstico
(d) Pedir tolerância à glicose com 75 mg para confirmar o diagnóstico
(e) Repetir glicemia de jejum em 2 semanas, pois o exame pode ser normal para pacientes obesas nesta fase da gestação

GABARITO OFICIAL: D, depois o recurso foi anulada (?!?!?!?!)

DIABETES GESTACIONAL
Um resultado maior ou igual a 85 mg/dl é considerado rastreamento positivo e indica a necessidade de um teste diagnóstico. A escolha do teste diagnóstico depende do grau da hiperglicemia de jejum.
Quando as glicemias forem iguais ou maiores do que 110 mg/dl, é importante garantir confirmação diagnóstica imediata, o que pode ser feito repetindo- se a glicemia de jejum ou realizando-se um teste de tolerância com 75 g de glicose. No primeiro caso, outro valor da glicemia de jejum superior a 110 mg/dl, assegurado o jejum mínimo de oito horas, define o diagnóstico de diabetes gestacional.
Nos demais casos de rastreamento positivo, o procedimento diagnóstico sugerido é o teste de tolerância à glicose com 75 g de glicose em 2 h (TTG – 75 g em 2 h). O rastreamento com glicose plasmática uma hora após sobrecarga com 50 g de glicose (rastreamento com TTG – 50 g em 1 h) no momento da consulta é adotado em vários serviços. Àqueles que optarem por manter esse procedimento recomenda-se empregar o ponto de corte de 140 mg/dl para considerar o rastreamento positivo.

COMENTARIO PESSOAL:
Minha resposta foi D, também.
Pergunta inteligente, tentando verificar se o candidato conhece a esquema de rastreamento do diabetes gestacional. Parece que os examinadores do UFMT apontam muito sobre esse assunto, já que em 2007 o rastreamento do diabetes gestacional foi prova discursiva. Nada a reclamar e nenhuma duvida. Mas anularam esta pergunta.

3) Uma mulher de 35 anos comparece a uma consulta ginecológica de rotina. Ela não tem queixas e o exame é normal. Quinze dias depois ela retorna e seu exame colpocitológico mostra lesão intraepitelial cervical de alto grau. A etapa seguinte seria?
(a) Reexaminar a paciente, realizando colposcopia
(b) Repetir o exame colpocitológico em 3 meses
(c) Realizar biópsia de todos os quadrantes do colo
(d) Indicar curetagem de canal endocervical
(e) Realizar histerectomia total

GABARITO OFICIAL: A, mantido depois o recurso

Classificação Bethesda

  • Esfregaço normal
  • Tipo infeccioso
  • Anormalidades squamosas
  • Reativo (mudanças inflamatorias)
  • Anormalidades do epitélio:
  • Atipias não determinadas
  • Lesoes intraepiteliais squamosas
  • Baixo grau: HPV or displasia leve (CIN I)
  • Alto grau: dIsplasia moderada ate severa— carcinoma in situ (CIN II-III)
  • Celulas glandulares
  • Atipias
  • Adenocarcinoma

As pacientes que mais beneficiam de colposcopia são aquelas que apresentam problemas de citologia Papanicolau (manchas Papanicolau anormais).
A colposcopia esta usada, também para as mulheres que forma expostas ao dietilstilbestrol intrauterino e, também para avaliar a evolução dos cânceres ginecológicos. Não tem utilidade em descobrir neoplasias ocultas, no entanto, o exame tem que ser usado nas mulheres com citologia anormal.

COMENTARIO PESSOAL
MINHA RESPOSTA: E
Com certeza, resposta errada. Não sei aonde que eu estava pensando... sabia que o próximo passo depois o Papanicolau positivo e a colposcopia – mesmo assim, já mandei a paciente na cirurgia. Ai, 0,1 pontos já se foram.
A pergunta foi razoável, não tenho nenhuma duvida sobre meu erro grosseiro, nada a reclamar.

4) A melhora dos sintomas androgênicos decorrente do uso dos contraceptivos hormonais orais combinados deve-se ao aumento do(a):
(a) Estrogênio circulante
(b) Globulina transportadora dos hormônios sexuais
(c) Progestogênio circulante
(d) Ação periférica dos hormônios
(e) Ação do hormônio folículo estimulante

GABARITO OFICIAL: B
Os principais androgênios produzidos pelas mulheres incluem a testosterona (T), a adrostenediona (4A), a deidroepiandrosterona (DHEA), o sulfato de deidro-epiandrosterona (S-DHEA) e a deidrotestosterona (DHT). A testosterona tem sido referida habitualmente como a principal representante da androgenicidade plasmática em mulheres. Circula no sangue, em grande parte ligada a proteínas carreadoras, principalmente à SHBG (sex hormone–binding globulin). A fração não ligada às proteínas transportadoras representa a denominada fração livre da testosterona, que se constitui na sua porção biologicamente ativa.
O estrogênio aumenta a globulina transportadora de hormônios sexuais, resultando em redução dos níveis de testosterona livre e de DHEA. Os COCs devem ser administrados de forma contínua por 6 meses, seguindo-se um período de descanso de 2 meses e depois repetindo-se a série. E bom lembrar que pode haver uma exacerbação no início do tratamento, que em geral é seguida de melhora.

COMENTARIO PESSOAL:
Minha resposta foi também, B.
E uma pergunta que eu achei em muitos testes, por isso, quase nem demorei sobre ela, seja de residência medica, seja de outro tipo, mas aparece muitas vezes nas provas. E uma pergunta mais “fina”, referente aos mecanismos plasmáticos do COC e o papel da testosterona feminina. Nada a reclamar.

5) O uso de progestogênicos na fase inicial do atendimento à mulher com metrorragia com o objetivo de parar o sangramento tem como desvantagem(s):
I. Inibir a formação de receptores estrogênicos
II. Retardar a proliferação endometrial
III. Potencializar a formação de prostaglandinas
IV. Elevar o risco de tromboembolismo

Está(ão) corretas(s) somente a(s) afirmativa(s):
(a) I, II, III e IV
(b) I, II e III
(c) I e III
(d) I e II
(e) IV

GABARITO OFICIAL: C, depois mudaram para a B

Metrorragia: sangramento a intervalos irregulares mas freqüentes, com volume e duração variáveis
As prostaglandinas causam uma maior permeabilidade capilar e também tem o poder da quimiotaxia, atraíndo células como macrófagos especializadas na fagocitose de restos celulares resultantes durante o processo inflamatório.
São substâncias que agem como hormônios locais, são ácidos graxos produzidos por quase todas as células do corpo. Sua ação varia de acordo com a célula alvo, sendo sua vida útil muito curta. Sua síntese e liberação no endométrio feminino são regulados pelo:
Estrógeno: estimula a síntese de prostaglandina
Progesterona: inibe a liberação de prostaglandinas
Na gravidez o excesso de estrógeno, aumenta a concentração de prostaglandinas provocando a contração do endométrio e por consequência a expulsão do feto.

AÇÕES DOS PROGESTOGÊNIOS

  • Diminuem a síntese de DNA pelas células.
  • Diminuem o conteúdo de receptores para estrogênio.
  • Antagonizam os efeitos dos estrogênios.
  • Promovem alteração no padrão de produção intracelular de proteínas.
  • Efeito secretório ou atrofiante no endométrio.
  • Aumentam a morte celular.
  • Inibem a síntese de prostaglandinas

Quanto o risco de coagulação...
Inicialmente, achava-se que a trombose era resultado apenas da dose de estrogênio utilizado. Porém, em 1995, demonstrou-se que COCs contendo progestagênios de terceira geração (gestodeno, desogestrel) associavam-se a um risco duas vezes maior de trombose do que os COCs que continham progestagênios de segunda geração (levonorgestrel). Esse resultado estimulou pesquisas e debates que tentavam explicar se o risco elevado para TEV era devido à ação dos progestagênios envolvidos, às características das usuárias ou aos vieses apontados nesses estudos. Posteriormente, uma meta-análise avaliou os COCs contendo progestagênios de terceira geração e o risco para TEV, confirmando que esses progestagênios associavam-se a um risco para TEV 1,7 vezes maior que o risco dos progestagênios de segunda geração. Dessa forma, o tipo de progestagênio associado ao estrogênio, e não só a dose deste último, tornou-se motivo de estudos sobre o papel dos progestagênios na hemostasia e na determinação da trombose.

COMENTARIO PESSOAL:
Esta pergunta tem formulação errada, pois verdadeiras são I, II e IV – praticamente, não tem resposta. O gabarito esta errado – não podem ser verdadeiras I e III.

6) Gestante de 11 semanas veio para consulta de pré-natal trazendo resultado de Westernblot positivo para HIV. A paciente desconhecia seu estado sorológico até então. Com 14 semanas retornou com exames de carga viral de 10.000 cópias/ml e Linfócitos T CD4 com níveis de 350.
Com 38 semanas de gestação veio para consulta trazendo resultado de carga viral de 900 cópias/ml, em exame realizado há 20 dias. A conduta para esta paciente deve incluir:
I. TARV combinada a partir de 14 semanas
II. AZT oral a partir de 11 semanas
III. Cesariana eletiva com 38 ou 39 semanas
IV. AZT endovenoso por 24 horas antes do parto.
Está(ao) correta(s) somente a(s) afirmativa(s):
(a) I, II, III e IV
(b) I, II e III
(c) II e III
(d) I e III
(e) IV

GABARITO OFICIAL: D, depois o recurso foi anulada (graças a Deus!)

O diagnóstico da infecção por HIV baseia-se em rastreamento inicial para anticorpos específicos (ELISA), e quando positivo em dois exames diferentes deve ser confirmado por Westernblot ou Imunofluorescência Indireta.

CD4 entre 200 e 350: considerar TARV combinada

A afirmação II não e correta, porque por qualquer TARV terá que esperar ate 14-a semana de gravidez. Também, no momento do parto o AZT se usa endovenoso, não somente na primeira hora, mas sim todo período:

  • AZT Intravenoso : usado mesmo se houver resistência
  • Administrar o AZT por via intravenosa durante todo o trabalho de parto, até a ligadura do cordão umbilical
  • Cesárea eletiva – Iniciar AZT intravenoso 3 h antes da intervenção cirúrgica

COMENTARIO PESSOAL:
Sacanagem !!!!
Que que isso, gente? Alguem precisa decorar igual um papagaio toda esta droga de esquema, quando existem protocolos por isso? Nem pelo menos não trata-se de uma emergência ! Tem todo tempo do mundo para avaliar uma gravida se ela vier com WB positivo por HIV. Claramente, e uma pergunta colocada para judiar de candidato – pra que tem que saber isto? E útil para o clinico geral? Nunca não vai tratar uma grávida com HIV sendo clinico geral !
Apesar que eu acertei esta pergunta mais por causa que apliquei uma lógica barata, baseada no enuncio mesmo, e uma idiotice fazer esse tipo de objetiva!
Totalmente inapropriada e mal-intencionada! Gostaria de saber que foi anulada por causa disso.

7) Gestante de 12 semanas retornou ao pré-natal com sorologia para toxoplasmose com IgG e IgM positivas. Um teste de avidez, realizado duas semanas após veio com resultado de “Baixa Avidez”.
Diante deste quadro a conduta para esta paciente deve incluir:
I. Introduzir espiramicina com 12 semanas
II. Introduzir sulfadiazina com 14 semanas
III. Amniocentese entre 16 e 20 semanas
IV. Repetir sorologias com 20 e 30 semanas
Estão corretas somente as afirmações:
(a) I, II, III e IV
(b) I, II e III
(c) I e II
(d) I e III
(e) IV

GABARITO OFICIAL: D

É uma doença parasitária causada pelo Toxoplasma gondii, que se apresenta em três formas: oocisto, taquizoíto e bradizoíto. O homem adquire o toxoplasma na forma de oocisto. Os taquizoítas estão presentes na forma aguda da doença e se distribuem por todos os tecidos do corpo, inclusive a placenta, formando cistos que contêm os bradizoítos e que são os responsáveis pela infecção crônica ou latente.
O teste de avidez entrou definitivamente para o arsenal diagnóstico da toxoplasmose na gestação, sendo particularmente importante quando se adota a estratégia de triagem pré-natal. Mesmo antes de haver um programa oficial para o controle da toxoplasmose congênita no Brasil, o teste de avidez já vem sendo disponibilizado para muitos serviços públicos.
AVIDEZ DE ANTICORPOS IgG DE TOXOPLASMOSE
Material: Soro - 1 mL
Método: Imunofluorimetria
Valores de referência:
•  baixa avidez: inferior a 30%
•  indeterminado: de 30% a 60%
•  alta avidez: superior a 60%

Observação:
O teste de avidez de anticorpos é um procedimento laboratorial que permite estimar o período aproximado em que ocorreu a infecção toxoplasmática.

Percentagens de avidez superiores a 60% sugerem que a infecção tenha ocorrido há mais de 3 meses e que anticorpos da classe IgM eventualmente presentes sejam residuais e provavelmente desprovidos de significado clínico. Percentagens de avidez situadas entre 30% e 60% não permitem definir o período mais provável que a infecção tenha ocorrido. Em se tratando de gestantes, a variação deve levar em conta o tempo de gestação.

Diag
Seguindo esta esquema, trata-se de uma infecção aguda.

  • Espiramicina 50mg/Kg/dia 8/8 h (1º trimestre)
  • Esquema sulfadiazina + pirimetamina , Ac.folínico
  • E preciso de amniocentese para fazer exame PCR do liquido amniótico. Punção da cavidade amniótica com o objetivo de obter amostra de LA. Realizada a partir de 15 semanas (16-20 semanas).
  • Não precisa repetir a sorologia (inútil)

 

COMENTARIO PESSOAL
Bem, apesar de ser mais um protocolo, acho essa pergunta bastante pertinente, e quem foi desatualizado, levou no meio da cara. Aqui, eu chutei pra fora... minha resposta foi A – sem duvida, foi com Deus... Acontece que ninguém sabe tudo. Mas acho que o candidato que foi bem preparado com este assunto não encontrou problemas... será?

 

8) O diagnóstico da vaginose bacteriana se baseia:
I. Na presença de “clue-cells”
II. No teste das aminas positivo
III. No corrimento homogêneo acinzentado
IV. Na presença de hifas no exame a fresco
Estão corretas somente as afirmações:
(a) I, II, III e IV
(b) I, II e III
(c) I e III
(d) II e IV
(e) III e IV

GABARITO OFICIAL: B

A Vaginose Bacteriana é uma infecção vaginal que resulta da substituição da flora vaginal normal - predominantemente de Lactobacillus spp- por maiores concentrações de bactérias anaeróbias (Prevotella spp e Mobiluncos spp), Gardenerella vaginalis e Mycoplasma hominis.
A etiologia está ainda pouco esclarecida. Não é clara a sua transmissão por via sexual. É rara em mulheres sem actividade sexual.
A Vaginose Bacteriana durante a gravidez está associada a complicações nomeadamente: rotura prematura de membranas, ameaça de parto prematuro, parto pré termo e endometrite pós parto, pós aborto.
A flora bacteriana que caracteriza a Vaginose Bacteriana foi encontrada no endométrio e trompas de mulheres com Doença Inflamatória Pélvica e em celulite da cúpula após histerectomia.
CLÍNICA
Manifesta-se por leucorreia abundante, branca-acinzentada, fluida de cheiro fétido, que se exacerba após o coito e menstruação. A inflamação vaginal é rara. Em 50% dos casos as mulheres estão assintomáticas.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico pode ser feito pela clínica ou com os dados da colheita do corrimento.
Para o diagnóstico são necessários 3 dos seguintes sinais ou sintomas:

  • Leucorreia branca não inflamatória
  • Presença ao exame microscópico, de clue cells (células com citoplasma granuloso e limites mal definidos)
  • Fluido vaginal com pH> 4.5
  • Um intenso cheiro a peixe após junção de solução a 10% de KOH (Teste de Aminas positivo)

A cultura não é recomendada por ser inespecifica uma vez que o tipo de bactérias encontradas na Vaginose Bacteriana está presente também em mulheres que não têm doença.

COMENTARIO PESSOAL:
Minha resposta foi B.
Pergunta razoável, de clinica, sem frescuras. E um diagnostico necessário a ser conhecido, porque essa patologia e muito comum. Nada a reclamar.

9) Paciente de 25 anos apresenta febre e dor intensa no baixo-ventre. Ao toque bimanual, refere dor à mobilização do colo uterino. Palpa-se massa anexial. Os exames mostram leucocitose com desvio para a esquerda, VHS e proteína C reativa elevados. A ultra-sonografia transvaginal revela imagem cística anexial de conteúdo espesso medindo 4 cm de diâmetro. A conduta imediata deve ser:
(a) aspiração guiada por ultra-sonografia.
(b) antibiótico aerobicida e anaerobicida parenteral.
(c) laparoscopia cirúrgica.
(d) drenagem por culdotomia.
(e) Laparotomia exploradora

RESPOSTA OFICIAL: A, depois o recurso mudaram para B

Bem, depois que procurei e procurei e procurei de novo, achei o diagnostico certo: endometriose ovariana.
O exame físico pode ser aparentemente normal ou revelar nódulos endurecidos na região pélvica, espessamento dos ligamentos úteros-sacros, mobilização dolorosa e reduzida do útero e, eventualmente, presença de massa anexial. A associação destes achados são sinais patognomônicos da endometriose. 
A endometriose acomete 40 a 45% das pacientes com infertilidade. Destas, 22% apresentam endometriomas ovarianos, diagnosticados por ultra-sonografia transvaginal como lesões císticas com conteúdo espesso no seu interior (hipoecogênicas) ou simulando imagens vegetantes na parede do cisto (heterogêneas), sem fluxo vascular ao estudo com Doppler colorido.
O procedimento de punção de lesões ovarianas císticas é seguro e de uso diário, aceito mundialmente.

Mas olha o que fala a Portaria SCTIE, n.69 de 06 de novembro de 2006. Brasil. Ministério da Saúde:
Segundo a American Society for Reproductive Medicine, o padrão-ouro para diagnóstico de endometriose é a videolaparoscopia (VDLP) com inspeção direta da cavidade e visualização dos implantes, não necessitando de biópsia para confirmação histopatológica. Embora alguns autores recomendem que todas as áreas de lesões suspeitas devam ser biopsiadas para correlação histológica8, outros discordam, mostrando que as correlações dos achados laparoscópicos com histológicos são extremamente altas (97-99%)9 não necessitando de comprovação histológica, o que oneraria de forma absurda a investigação destas pacientes. A discrepância entre os estudos ocorre devido aos diferentes delineamentos e número de casos estudados. Paciente com peritônio visualmente normal pode ter o diagnóstico descartado.

COMENTÁRIO PESSOAL
Bem, minha resposta foi C eu achava que trata-se de um cisto ovário banal, nem pensei na endometriose. Conforme a Portaria mencionada, parece que, de fato, a resposta correta e C. Não entendi qual e a esquema com febre e a leucocitose (suprainfecção, coleção em Douglas??? Ou supra-sacanagem???). De qualquer jeito, e uma falta de consideração postar um tal de pergunta que e para medico de especialidade, nem de longe para o medico clinico geral. Eu quero conhecer um medico clinico geral que pus o diagnostico de endometriose ovariana. A intenção de ferrar o candidato e mais que evidente.

10) Assinale qual dos progestágenos abaixo é utilizado na anticoncepção de emergência ou pílula do dia seguinte:
(a) Gestodeno
(b) Levonorgestrel
(c) Desogestrel
(d) Medroxiprogesterona
(e) Acetato de ciproterona

GABARITO OFICIAL: B

COMENTARIO PESSOAL:
Nem vou insistir – provavelmente que pensaram que já e demais – então, vamos postar uma pergunta de enfermagem, também, para que o povo não desespera. Essa pergunta também não e para medico – pode ser para qualquer prostituta da rua – que saberia que a pílula de dia seguinte tem levonorgestrel. Agradecemos a compensação, que Deus te pague, cara!

11) Em relação ao Eletrocardiograma Normal do adulto, podemos afirmar que a duração normal do intervalo PR é:
(a) Igual à duração da onda P.
(b) Inferior à duração do QRS.
(c) Superior à duração do QRS, mas inferior ao intervalo QT
(d) Superior ao intervalo QT
(e) Superior à duração do QRS e ao intervalo QT

GABARITO OFICIAL: C

INTERVALO P-R: Duração – de 0,12 a 0,20 segundos
ONDA P: Duração – em D2, de 0,11 segundos (A incorreto)
COMPLEXO QRS:  Duração – de 0,05 a 0,10 segundos (B incorreto)
INTERVALO QT: normal: 0,30-0,46 seg (resposta C correta, D incorreta, E incorreta)

COMENTARIO PESSOAL:
Bem, e uma pergunta fácil – não sei se é para um exame  de revalidação ou para o terceiro ano de universidade... Razoavel... finalmente. Minha resposta foi C.

12) Agricultor da cidade de Acorizal, próxima de Cuiabá, hígido previamente, dá entrada no Pronto Socorro de Cuiabá com história de picada por cobra. Ocorreu à noite, o animal não foi visto e o paciente demorou em torno de 2 horas para chegar ao Pronto Socorro. A picada foi em membro inferior onde é possível observar-se dois pertuitos sangrantes na região da perna direita. Há edema severo em toda a extensão do membro afetado, com eritema e início de formação de bolhas de conteúdo hemorrágico. O paciente refere dor intensa no local e há uma hora notou sangramento pelo nariz de leve intensidade, mas que não cedeu com compressão e elevação da cabeça. Assinale a alternativa correta:
(a) Possivelmente trata-se de acidente laquético já que a região é rica neste tipo de serpente.
(b) Possivelmente trata-se de acidente botrópico e a melhor conduta é solicitar exame para avaliar o Tempo de Coagulação para se definir quantas ampolas de soro anti botrópico deverão ser infundidas.
(c) Possivelmente trata-se de acidente crotálico e deve-se atentar para o risco iminente de insuficiência respiratória nas próximas horas.
(d) Possivelmente trata-se de acidente crotálico pela característica clássica da ação do veneno que são ação proteolítica, que gera a dor intensa, hemorrágica e coagulante gerando o sangramento descrito.
(e) Possivelmente trata-se de acidente botrópico pela característica de ação do veneno que são neurotóxica e miotóxica gerando a dor intensa por despolarização de terminações nervosas sensitivas e coagulante gerando os sangramentos.

GABARITO OFICIAL: B, depois o recurso foi cancelada (?!?!?!)

Crotalo: Coloração marrom-amarelado, corpo robusto, medindo aproximadamente 1m. Apresenta chocalho na ponta da cauda. Após a picada, o paciente apresenta visão dupla e borrada e sua face se apresenta alterada (pálpebras caídas, aspecto sonolento). A urina pode se tornar escura de 6 a 12 horas após a picada. É encontrada nos Estados de Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Tocantins, Ceará, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Não e nosso caso.
Já a Jararaca (Bothrops jararaca), sua picada causa muita dor e edema no local, podendo haver sangramento também nas gengivas ou em outros ferimentos pré-existentes. É encontrada nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. Cruzeira (Bothrops alternatus) Coloração marrom escuro, possui desenhos em forma de gancho de telefone. Tem semelhanças com o caso. Mede aproximadamente 1,5m. Encontrada em vegetação.
Enquanto isso, no manual de emergências medicas diz “ ...estão implicados mecanismos que independente de sua açao coagulante.. Estão implicados mecanismos inerentes a lesão tóxica do endotélio(ação vasculotóxica). Explica-s desse modo, a ocorrencia de acidentes hemorrágicos em pacientes nos quais não podem ser documentadasalteraçoes de coagulação.” Principalmente se a cobra for filhote.

COMENTARIO PESSOAL:
Será que pagaram os direitos de autor? Porque esta pergunta e parte de um teste de residência R3. Somente a cidade aonde aconteceu foi trocada, discretamente (o cara estava do Paraná na variante inicial) e inversaram as opções B  e C. Só que a jararaca não e tão freqüente no Mato Grosso – aqui fizeram bobagem, por isso que tiveram que anular a pergunta, porque o cara que escolheu e trocou esta pergunta foi tão idiota e ignorante que esqueceu que, trocando, pode mudar os dados da problema  Veja a pergunta 28 no endereço:

http://www.pucpr.br/processos_seletivos/residencia_medica/resid_med2007/prova_clinica_medica.pdf  

Eu já tinha encontrado esta pergunta durante o estudo, assim que nem pisquei, já sabia a resposta. Infelizmente, anularam a pergunta depois o recurso, então cheguei na mesma.

13)  Pedro Paulo, 35 anos, com insuficiência renal avançada, foi atendido na emergência do Hospital Universitário Júlio Muller com náuseas há uma semana, dispnéia e fraqueza muscular. Ele fazia hemodiálise, mas freqüentemente faltava às sessões. No exame havia palidez +++/4+, edema de membros inferiores ++/4+, crepitações finas nas bases de ambos os pulmões. Os exames de sangue mostraram HT 28%, Glicemia 94 mg%, Uréia 212 mg%, Creatinina 9,3mg%, Albumina 3,7 g%, Sódio 130 mEq/L, Potássio 5,4 mEq/L, Cloro 95 mEq/L. Gasometria: pH 7,16, pCO2 35 mmHg, pO2 89 mmHg, HCO3 10 mEq/L. A alternativa que melhor representa o distúrbio acidobásico deste paciente e o valor do ânion GAP, respectivamente, são:
(a) Acidose metabólica simples; ânion GAP 35mEq/L.
(b) Acidose respiratória simples; ânion GAP 35mEq/L.
(c) Acidose mista; ânion GAP 25mEq/L.
(d) Acidose metabólica e alcalose metabólica (distúrbio misto); ânion GAP 25mEq/L.
(e) Acidose respiratória, ânion GAP 30

GABARITO OFICIAL: foi anulada

PASSO 1: e acidemia ou alcalemia?

  • Se o pH do sangue for < 7,38 temos uma acidemia
  • Se o pH do sangue for maior que 7,42 temos uma alcalemia

 

Nesse caso, o pH e 7,16 e, pelo jeito, temos uma acidose

PASSO 2: como podemos saber se e respiratoria ou metabolica?
Basicamente, começando com a caracteristica mais alterada. Por exemplo, se tivermos pH de 7,30 com pACO2 de 80 e o bicarbonato e de 19. Ta tudo alterado, mas o mais alterado e o pCO2. O disturbio primario (aquele que surgiu primeiro e o disturbio mais intenso.
No caso, o pCO2 e 35 (normal 40), enquanto o HCO3 e 10 (normal 22). Pelo jeito e uma metabólica.
Então, e acidose predominentemente metabólica.
Definição correta: ACIDEMIA por ACIDOSE METABOLICA

Calculo de anion GAP
O que que e o ANION GAP?
O anion GAP (traduzido pelo "burraco anionico"). ELE E A SOMA DOS ANIONOS E CATIONOS NÃO DOSEADOS.
A ecuação de homeostasia acido-basica e a seguinte:
Na + (cationos não doseados) = Cl + HCO3 + (anionos não doseados)

Em outras palavras, IDEALMENTE, a soma dos "positivos" tem que ser igual com a soma dos "negativos" para que o equilibrio seja cumprido.

Conforme, então a equação acima presenteada:
ANION GAP = Na - (Cl + HCO3) = 130 – (95+10) = 135 – 105 = 25 mEq

Pelo jeito ou c) ou d) podem ser corretas.

Eu preciso deste anion GAP, de fato pra ver se existe um distúrbio concomitante de ALCALOSE METABOLICA !!!!
A coisa ta virando feia? Como pode ser alcalose metabólica se falarmos de ACIDOSE???
A idéia e a seguinte: vamos dizer que o bicarbonato esta baixo, condição necessária para definir a acidose metabólica. e uma situação certa, só que pode enganar. Mas, será que, conforme o valor do pH o bicarbonato e bastante baixo???
Porque, podemos ter um caso com pH 7,28 e com a HCO3 11 e um pH 7,2 com a mesma concentração de HCO3. Existe esta possibilidade. Então, o que difere o caso 1 de caso 2? Os dois tem acidose, com o mesmo valor de HCO3, porem o pH não e o mesmo!
Aqui que e explicação do anion GAP - um mecanismo compensatório escondido (disfarçado) que, no primeiro caso permite a existência de outro pH para a mesma concentração de HCO3 do segundo caso que e muito pior.
Isto quer dizer que o anion GAP me permite ver se o HCO3 e bastante baixo. se for uma acidose metabólica PURA.

HCO3 corrigido = HCO3 - (AG-12) = 10 – (25-12) = - 13?????
Quer dizer que existia uma acidose metabólica previa, que piorou com a acidose metabólica presente. Não se encaixa em nenhuma das variantes.

COMENTARIO PESSOAL:
Minha resposta foi C, porque pensei que a alcalose metabólica e excluída, então D não tinha como ser. De verdade, não dava em nada...
Quanto será que deveria ser a taxa da prova (...1500?, 2000?, 3000 reais?) para que os acadêmicos do Cuiabá prestarem atenção quando conceberem as perguntas de uma prova? Vamos ter a resposta na revalidação 2009...

14) Em relação à Hanseníase, doença endêmica no Brasil, considerada um problema de saúde pública, podemos afirmar:
I. A forma indeterminada é caracterizada por máculas hipocrômicas com hipoestesia ou anestesia local, não contagiosa e sem seqüela. Ao exame histológico, apresenta infiltrado inflamatório inespecífico da derme reticular com maior distribuição perianexial, que pode ou não atingir filetes neurais.
II. Na forma tuberculóide o hospedeiro é mais resistente à infecção pelo M.leprae e manifesta-se com lesões cutâneas e/ou neurais únicas ou em pequeno número, bem delimitadas com hipo ou anestesia local, borda papulosa e infiltrada, anidrose e/ou queda de pêlos, com escassez ou ausência de bacilos nas lesões.
III. Na forma virchowiana o hospedeiro é mais susceptível à infecção pelo M.leprae, caracteriza-se por deficiência da resposta imune celular, evolui insidiosamente acometendo além do tecido cutâneo, nervos periféricos e órgãos internos. As lesões distribuem-se principalmente em áreas mais frias do corpo e são ricas em bacilos.
IV. No Brasil, sua distribuição é variada nas diversas regiões e a taxa de prevalência apresenta maior magnitude nos estados situados nas regiões Norte e Centro-Oeste.
Está(ao) correta(s) somente a(s) afirmativa(s):
(a) I, II, III e IV
(b) I, II e III
(c) II e III
(d) I e III
(e) IV

GABARITO OFICIAL A , antes e depois o recurso

Vamos ver:
A forma indeterminada é caracterizada por máculas hipocrômicas com hipoestesia ou anestesia local, não contagiosa e sem seqüela. Ao exame histológico, apresenta infiltrado inflamatório inespecífico da derme reticular com maior distribuição perianexial, que pode ou não atingir filetes neurais.
A primeira manifestação da doença se constituirá de manchas hipocrômicas ou eritêmato-hipocrômicas ou simplesmente áreas circunscritas de pele aparentemente normal que apresentam distúrbios de sensibilidade. A esse nível há uma anidrose ou hipohidrose, queda de pelos e ausência da horripilação. As lesões podem ser únicas ou múltiplas, com localização e tamanho variáveis. Nestes casos não há comprometimento de troncos nervosos, portanto os doentes não apresentam incapacidades e não são contagiantes. Nesta fase classificam-se os pacientes como: HANSENÍASE INDETERMINADA.
VERDADEIRA

Na forma tuberculóide o hospedeiro é mais resistente à infecção pelo M.leprae e manifesta-se com lesões cutâneas e/ou neurais únicas ou em pequeno número, bem delimitadas com hipo ou anestesia local, borda papulosa e infiltrada, anidrose e/ou queda de pêlos, com escassez ou ausência de bacilos nas lesões.

No pólo de resistência, a hanseníase tuberculóide caracteriza a forma clínica de contenção da multiplicação bacilar, dentro do espectro da doença.
As lesões cutâneas, com bordas pronunciadas, são únicas ou em pequeno número, e assimetricamente distribuídas pelo tegumento. Apresenta-se, quando mácula, como lesão hipocrômica ou eritematosa, delimitada por micropápulas, e, quando placa, como lesão eritematosa ou acobreada, difusamente infiltrada, ou com tendência central ao aplainamento, e limites
externos sempre nítidos e bem definidos. Em geral, as lesões não ultrapassam 10 cm de diâmetro, e os danos em ramos neurais se acentuam rapidamente, resultando em alterações tanto sensitivas quanto autonômicas, que evoluem para hipoestesia e anestesia, em pele de superfície seca, hipoidrótica, com diminuição ou ausência de pêlos. Além da pele, o envolvimento de troncos nervosos ocorre em pequeno número, usualmente, próximo às lesões cutâneas.
Os nervos preferencialmente acometidos são o cubital, mediano, radial, peroneiro comum, tibial posterior, auricular e supraorbitário. Neste grupo clínico, podemos encontrar somente comprometimento neural, sem lesões cutâneas, denominando-se hanseníase tuberculóide neural pura.
Na forma tuberculóide, ao ser avaliada a resposta imune ao M. leprae, através da intradermorreação de Mitsuda, observa-se uma reação fortemente positiva, sempre maior que 5 mm, atingido até 8 a 15 mm de diâmetro, freqüentemente com ulceração central.
A baciloscopia, via de regra, é negativa; em alguns casos, encontram-se raros bacilos na histopatologia de cortes de pele, observando-se infiltração de células epitelióides, gigantócitos circundados por linfócitos, na periferia, constituindo granuloma bem definido, que invade a derme e, por vezes, a epiderme, além de comprometer filetes nervosos, e anexos cutâneos, como glândulas sudoríparas e aparelho pilossebáceo.
VERDADEIRA

Na forma virchowiana o hospedeiro é mais susceptível à infecção pelo M.leprae, caracteriza-se por deficiência da resposta imune celular, evolui insidiosamente acometendo além do tecido cutâneo, nervos periféricos e órgãos internos. As lesões distribuem-se principalmente em áreas mais frias do corpo e são ricas em bacilos

No pólo de anergia, a hanseníase virchoviana expressa a forma clínica de susceptibilidade ao bacilo, resultando em multiplicação e disseminação da doença.
De início insidioso e progressão lenta, esta forma clínica avança através dos anos, envolvendo difusamente extensas áreas do tegumento, múltiplos troncos nervosos, e inclusive outros órgãos, até que o paciente perceba seus sintomas. Inicia-se com máculas mal definidas, discretamente hipocrômicas ou eritematosas, pouco visíveis, ampla e simetricamente distribuídas sobre a superfície corpórea. A progressão da doença resulta em acentuação do eritema e infiltração, pele luzidia, com poros dilatados, tipo “casca de laranja”, e sobre estas áreas se sobrepõem pápulas, nódulos e tubérculos. Frequentemente comprometidos estão: a região frontal, centromedial da face, e lóbulos da orelha, caracterizando a fácies leonina, além de extensas áreas do tegumento; usualmente, as regiões mais quentes, como axilas, linha média do dorso, períneo e virilhas são poupadas. Nos membros, há comprometimento das superfícies extensoras, particularmente antebraços, dorso das mãos e extremidades, tanto dos membros superiores, como dos inferiores, observando-se articulações e dígitos edemaciados. As lesões encontram-se com diminuição ou ausência de pêlos; na face, o comprometimento na cauda da sobrancelha é denominado madarose. Com a evolução da doença, múltiplos troncos nervosos são comprometidos simetricamente, tornam-se, de firmes, a espessados, fibrosos e endurecidos e, progressivamente, sobrevêm a perda sensitiva e a motora, conseqüentemente, levando à perda da função, atrofia muscular, paralisias, deformidades e contraturas.
Na forma virchoviana avançada, freqüentemente, o trato respiratório superiorestá envolvido, ocasionando mucosa congesta e edemaciada, obstrução, coriza mucopurulenta, epistaxe, anosmia, e, finalmente, perfuração septal e desabamentonasal. Pode-se observar tecido friável e com ulcerações em palato, língua, orofaringe e laringe.
O curso da doença se desenvolve, atingindo outros órgãos e sistemas, como olhos, rins, fígado, baço e testículos. Tardias lesões ósseas são conseqüentes, principalmente, a traumas por perda de sensibilidade, osteomielite recorrente, além da osteoporose do desuso, pela paralisia, resultando em lenta atrofia e absorção das falanges, e, em base dos metatarsos, a inadequada distribuição de sobrecarga, torna-se agravante para o surgimento das úlceras plantares. Estima-se a quantidade de 109 bacilos/grama de tecido e contínua bacilemia de 105 organismos/mm3 de sangue esteja presente na hanseníase virchoviana; evidentemente, a baciloscopia é francamente positiva em vários pontos pesquisados. A resposta diante dos antígenos bacilares, a reação de Mitsuda, é negativa, e, na histopatologia da pele, observa-se epiderme atrófica com aplainamento das suas cristas papilares, presença da faixa de Unna, separando a epiderme da zona do infiltrado dérmico. Este infiltrado, monótono e monomórfico, se constitui, sobretudo, de histiócitos, em diversos graus de evolução, que resultam, finalmente, em células espumosas, volumosas, e multivacuoladas, denominadas células de Virchow; observa-se a presença de raros linfócitos e plasmócitos.
Além da invasão da derme e tecido subcutâneo, o infiltrado envolve plexo vasculonervoso, glândulas sudoríparas e aparelho pilossebáceo. A pesquisa do bacilo mostra-o íntegro, aglomerando-se em globias, dentro do citoplasma de histiócitos, em filetes nervosos, paredes vasculares, músculo eretor do pêlo, etc.
VERDADEIRA

No Brasil, sua distribuição é variada nas diversas regiões e a taxa de prevalência apresenta maior magnitude nos estados situados nas regiões Norte e Centro-Oeste.


VERDADEIRA

COMENTARIO PESSOAL:
Pergunta razoável, apesar de ser muito “frondosa” (metade de pagina !). Nada a reclamar – a hanseníase é realmente um problema serio... Minha resposta foi E – não cheguei a repetir hanseníase – tinha esqecido quase completamente tudo sobre ela.

15) Em relação a transmissão da hanseníase podemos afirmar:
I. A transmissão pessoa a pessoa ocorre através das vias respiratórias, sendo o trato respiratório a mais provável via de entrada do Mycobacterium leprae no corpo.
II. A transmissão pode ocorrer por via cutânea, quando há solução de continuidade na pele.
III. A transmissão também ocorre através da picada de insetos, exercendo importante papel nesta questão nos Estados da Região Amazônica.
IV. De acordo com os conhecimentos atuais, o Mycobacterium leprae pode infectar, além do homem, outros animais tais como tatu, macaco, chimpanzés e camundongo.

Está(ao) correta(s) somente a(s) afirmativa(s):
(a) I, II, III e IV
(b) I, II e III
(c) I, III e IV
(d) I e II
(e) I, II e IV

GABARITO OFICIAL: E (antes e depois o recurso)

hanseníase
A hanseníase é uma doença crônica granulamatosa proveniente de infecção causada pelo Micobacterium leprae. Este bacilo tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos, mas poucos adoecem pela sua baixa patogenicidade, propriedade esta que não é função apenas de suas características intrínsecas, mas que depende, sobretudo, de sua relação com o hospedeiro e grau de endemicidade do meio. O domicílio é apontado como importante espaço de transmissão da doença, embora ainda existam grandes lacunas de conhecimento quanto aos prováveis fatores de risco implicados, especialmente aqueles relacionados ao ambiente social. Apesar de baixa patogenicidade, o poder imunogênico do Micobacterium leprae é responsável pelo alto potencial incapacitante da hanseníase, o que permite afirmar que este bacilo é de alta infectividade. A hanseníase parece ser uma das mais antigas doenças que acomete o homem. As referências mais remotas datam de 600 A.C e procedem da Índia, que juntamente com a África podem ser consideradas o berço da doença. A melhoria das condições de vida e o avanço do conhecimento científico modificaram significativamente esse quadro e, hoje, a hanseníase tem tratamento e cura.
· Agente Etiológico: bacilo álcool-ácido resistente, Mycobacterium leprae. É um parasita intracelular obrigatório que apresenta afinidade por células cutâneas e por células dos nervos periféricos.
· Reservatório: o homem é reconhecido como a única fonte de infecção, embora tenham sido identificados animais naturalmente infectados - o tatu, o macaco mangabei, camundongo e o chimpanzé. Os doentes multibacilares sem tratamento - hanseníase Virchowiana e hanseníase Dimorfa - são capazes de eliminar grande quantidade de bacilos para o meio exterior (carga bacilar de cerca de 10.000.000 de baar presentes na mucosa nasal).
· Modo de Transmissão: a principal via de eliminação dos bacilos é a via aérea superior sendo o trato respiratório a mais provável via de entrada do Mycobacterium leprae no corpo. O trato respiratório superior dos pacientes multibacilares (Virchowianos e Dimorfos), é a principal fonte de Mycobacterium leprae encontrada no meio ambiente. Não se pode deixar de mencionar a possibilidade de penetração do bacilo pela pele, com solução de continuidade.
Com certeza, a única afirmação errada aqui e III.

COMENTARIO PESSOAL:
Outra pergunta sobre a hanseníase – bem formulada, nada a reclamar. Quem passou essa prova vai ser especialista em tratar a lepre. Bom trabalho.

M.P.C.L., 42 anos, feminina, casada, natural de Cuiabá e procedente de Alta Floresta (MT), informa que foi histerectomizada há 21 dias. O seu cirurgião lhe avisou que foi transfundida uma unidade de hemácias, ainda no Centro Cirúrgico, em virtude de sangramento excessivo. Recebeu alta no 5º PO e há 5 dias tem febre alta, calafrios, cefaléia, náuseas e vômitos. Você suspeita de malária não transfusional (?!?!?!?!?!?!?!). Responda: 


Vamos calcular – ela recebeu a transfusão 21 dias atrás, recebeu alta no quinto pós-operatorio, e há 5 dias com febre e tal. Ou seja, há 31 dias que ela pode ter sido contaminada com plasmodium.

A história da malária transfusional iniciou-se aproximadamente no século passado, quando cientistas confirmaram a infectividade do sangue de pacientes maláricos dado a pessoas susceptíveis. No princípio deste século o aumento de transfusão de sangue como terapêutica foi acompanhado por uma incidência aumentada de malária por transfusão.
Dados recentes indicam que o P. vivax é o agente infeccioso mais freqüente, seguido de P.  malariae e P. falciparum (Genetet,Andreu & Bidet, 1992).

(Ate aqui, tudo bem)
A malária pós-transfusional é um grande dilema para os centros de hemoterapia, principalmente quando aparecem casos em locais onde a doença não é endêmica.

Todos os produtos sangüíneos que contenham hemácias, mesmo em pequenas quantidades, podem ser veículos da infecção. O parasito permanece pelo menos por três semanas no sangue conservado a 4°C.

A malária pode ser transmitida através de transfusão de sangue ou derivados, pelos protozoários presentes no sangue periférico dos indivíduos, durante o período de incubação da doença. A transmissão ocorre às custas das formas assexuadas intra-eritrocitárias e, portanto, sem a participação de formas hepáticas (hipnozoítos). Assim, todas as formas são estritamente limitadas ao sangue, nas infecções por P. vivax e P. malariae recidivas não ocorrem após o tratamento com esquizonticidas sangüíneos.

Em geral, o período de incubação tende a ser mais longo na malária pós-transfusional, variando de 7 a 44 dias, em função da espécie e do número de parasitos inoculados. Os sinais e sintomas mais freqüentes são: febre (nem sempre apresentando um ritmo característico), calafrios, cefaléia, mialgias, palidez e esplenomegalia.
As circunstâncias nas quais a malária por transfusão ocorrem são passíveis de produzir manifestações atípicas da doença e resultar em sua detecção tardia, principalmente nos pacientes hospitalizados e em uso de medicamentos que possam influenciar no ciclo evolutivo de seu agente infeccioso.

Enfim, vamos ler demais:

16) Que espécie(s) de Plasmodium seria(m) o(s) provável(eis) agente(s) etiológico(s), caso o seu diagnóstico se confirmasse?
I. Plasmodium vivax
II. Plasmodium falciparum
III. Plasmodium malariae
IV. Plasmodium ovale
Está(ao) correta(s) somente a(s) afirmativa(s):
(a) I, II, III e IV
(b) I, II e III
(c) II e III
(d) I e III
(e) I e II

GABARITO OFICIAL: B, que foi mantido depois o recurso.

No Brasil, a malária é causada por uma das 3 seguintes espécies de plasmódios:
Plasmodium malariae;
Plasmodium vivax;
Plasmodium falciparum.
Então esta claro.

COMENTARIO PESSOAL:
Ainda não entendi como que é com a malaria não transfusional. Pesquisei todo o internet, nem existe esta noção. Foi somente uma pista falsa? Foi intencional? Difícil de responder. Parece que aquele que concebeu esta pergunta estava mais preocupado para demonstrar que inteligente que ele é Tem um canecão de lata dourada esperando ele... como premio. Tenho que lembrar aos super-autores que o razão da prova de revalidação e verificar os conhecimentos de um clinico geral, nem do Alexander Fleming, nem do Louis Pasteur. Ninguém não quer o premio Nobel, queremos só revalidar uma amargura de diploma.

17) Qual dos exames abaixo seria o mais indicado para se confirmar a espécie causadora de malária nesse caso?
(a) Pesquisa de Plasmodium na gota espessa de sangue
(b) Pesquisa de anticorpos anti-Plasmodium em soro
(c) Teste rápido imunocromatográfico (OptiMal®)
(d) Reação da polimerase em cadeia (PCR) específica para as espécies de Plasmodium
(e) Pesquisa de Plasmodium em esfregaço sangüíneo delgado, corado por Giemsa

GABARITO OFICIAL: A e foi o mesmo depois o recurso
A confirmação do Dx se faz mediante a demonstração dos parasitos da malária em amostras de sangue.
Gota Espessa: o Dx laboratorial da malária tem sido tradicionalmente pelo método da gota espessa. Este é um método sensível e um bom microscopista detecta 0,001% de parasitemia.
A alegria e maior ainda constatando que, pelo manual do ministério da saúde, o melhor exame para confirmar a espécie causadora é o esfregaço de sangue do delgado. Mas vamos dizer que UFMT tem muito mais malaria que os outros...

COMENTARIO PESSOAL
Nada a dizer, apesar de acentuar (maléfico) “confirmar a espécie causadora de malária nesse caso”. E nos outros casos, hein? Respondi bem, minha resposta foi também A

18) Os sintomas que a Sra. M.P.C.L. está apresentando, são devidos a qual dos mecanismos etiopatogênicos da malária clínica?
(a) Obstrução capilar por citoaderência de hemácias parasitadas
(b) Deposição de imunocomplexos em capilares com conseqüente disfunção orgância
(c) Ativação excessiva da cascata de coagulação por liberação sistêmica de citocinas Endoteliotóxicas
(d) Hemólise devido à destruição eritrocítica pelos parasitas
(e) Resposta inflamatória sistêmica aguda em decorrência de liberação excessiva de antígenos na circulação.

GABARITO OFICIAL: E, e ficou E depois o recurso

Resposta inflamatória sistêmica aguda em decorrência de liberação excessiva de antígenos na circulação e a causa da sintomatologia deste tipo, e não somente na malaria... Com certeza, a reposta correta e E

COMENTARIO PESSOAL
Nada a reclamar, pergunta foi clara, sem duvida.

Leia o Caso Clínico e responda as duas questões que se seguem.
Paciente sexo feminino, 21 anos, estudante, apresenta-se com tosse seca, dor pleurítica no HT direito e febrícula vespertina há uma semana. Ao exame físico diagnosticou-se síndrome de derrame pleural. O exame radiográfico do tórax confirmou presença de coleção líquida ocupando o 1/3 inferior do HT direito. Pergunta-se:

19) Quais as três principais possibilidades de diagnóstico (em ordem decrescente de probabilidade)?
(a) Pneumonia com Derrame Pleural, Tuberculose Pleural, Lúpus (LES)
(b) Tuberculose Pleural, Pleurite inespecífica, Pneumonia com Derrame Pleural
(c) Tuberculose Pleural, Lúpus (LES), Pneumonia com Derrame Pleural
(d) Lúpus (LES), Tuberculose Pleural, Pleurite inespecífica
(e) Pneumonia com Derrame Pleural, Lúpus (LES) e Tuberculose Pleural.

GABARITO OFICIAL: C – e ficou C depois o recurso

Aqui que e a briga, mas a teimosia vai demais.
Então, no UFMT a medicina e diferente daquela internacional. Não tem jeito. “Fiat gabarito, pereat omniam!!!”
Anos inteiros eu ouvi dos meus professores de medicina clinica e de todos os médicos que eu conheci que a primeira suspeita etiológica de um derrame pleural (mas a primeira e a primeira histericamente repetida) e a pleurisia parapneumonica, aí, eu chego no Brasil para saber que não e assim, não.
Obrigado, mas olha que nem o tio CECIL concorda.
Segundo a literatura de CECIL 2005 edição 22. O derrame parapneumonico e a causa mais comum dos exsudados. Também diz o derrame  pleural tuberculoso simula uma pneumonia aguda. Então para responder a questão pensar na causa mais comum de derrame pleural que seria e o derrame parapneumonico e não tuberculose pleural e a resposta certa seria por ordem decrescente 1° pneumonia com derrame pleural 2º tuberculose pleural 3º lúpus LES. Neste caso contraria com o gabarito da questão. Não pode ser a primeira suspeita a pleuresia TBC, por l’amor do Deus!!! Como que vai pensar primeiro na tuberculose, depois no lúpus (?!?!?!) e depois na pneumonia???  Com evolução de só 1 semana??????????? Segundo o gabarito a resposta e: tuberculose pleural, lúpus, pneumonia com derrame pleural. Santa Barbara e papá Lucifer!!! Lupus e mais freqüente que Pneumonia com derrame pleural?????
Nem vou comentar! Claro que minha resposta foi A, e a sucessão escolhida de UFMT e totalmente fora, apesar que eu perdi 0,1 e não eles.

20) Após o exame radiológico do tórax, qual a conduta propedêutica complementar deveria ser solicitada para a confirmação diagnóstica?
(a) Dosagem do FAN, PPD, Pesquisa do BK no escarro;
(b) Broncoscopia com lavado broncoalveolar, Biópsia transbrônquica, Dosagem de adenosina deaminase (ADA) no líquido pleural;
(c) Toracocentese com biópsia pleural, pesquisa de BK no liquido pleural, dosagem da adenosina deaminase (ADA) no sangue;
(d) Dosagem do FAN, PCR, Mucoproteínas e PPD.
(e) Toracocentese, pesquisa de BK no escarro e PPD

GABARITO OFICIAL: C depois (por bem da ciência, anularam)

Bem, se insistiram tanto que era tuberculose, deveriam pesquisar ADA no liquido pleural, não no sangue... Lamentável, nem vou comentar, já que foi anulada... ...

21) Um lactente negro com 24 meses de idade, morador de zona rural de Cuiabá, é levado ao médico pelos pais, que se queixam que a criança está pálida, apática e quer ficar só no colo, mãe acha que ela se cansa fácil. Nascida em hospital distante 30 km do domicílio, os pais puderam levá-la ao médico apenas 4 vezes, uma vez no primeiro ano de vida. Aleitamento materno exclusivo até 8 meses de vida. Vacinas em dia. Ao exame físico (peso e altura no percentil 50), o médico observa palidez intensa e ponta do baço palpável, solicita exames, abaixo descritos (entre parênteses, valores normais).
Hemograma: Hb: 7,5 g/dL (11-14,5); Ht: 25% (33-43); VCM: 62 fL (74-89); HCM: 21 pg (24-32); CHCM: 26 g/dL (32-37); RDW: 21% (12-14). Reticulócitos: normal para idade. Leucócitos: 11.000/mm3 (diferencial dentro dos limites da normalidade). Plaquetas: 500.000/mm3 (150.000-400.000 /mm3).
Capacidade total de ligação do ferro: 655 μg/dL (250-425 μg/dL).
Ferro sérico: 18 μg/dL (30-90 μg/dL) e Ferritina: 8 ng/ml (acima de 10 ng/ml).
Marque as afirmações como Verdadeira (V) ou Falsa (F) e posteriormente assinale a única alternativa correta:

I) A principal hipótese é de anemia ferropriva, uma vez que, além da microcitose e hipocromia, observa-se elevada variação do volume eritrocitário. ();
II) O diagnóstico de β-talassemia é o mais provável, uma vez que há grande variação do volume eritrocitário e a criança é bem nutrida, além de ser a hemoglobinopatia mais freqüentemente diagnosticada nesta faixa etária. ( )
III) O diagnóstico de anemia falciforme deve ser excluído com a realização de eletroforese de hemoglobina, uma vez que a alta capacidade de ligação do ferro e a acentuada anemia, além do baço palpável, caracterizam este diagnóstico nesta idade. ( )
IV) A deficiência da atividade da G6PD (glicose-6-fosfato desidrogenase) nas hemácias é a principal hipótese de diagnóstico diferencial, pois se trata de um caso de anemia intensa, certamente aguda, em criança do sexo masculino com peso normal. ()

(a) Há apenas uma alternativa verdadeira
(b) Há duas alternativas verdadeiras
(c) Há três alternativas verdadeiras.
(d) Todas as alternativas são verdadeiras.
(e) Todas as alternativas são falsas.

GABARITO OFICIAL: B e foi o mesmo depois o recurso

  • A principal hipótese é de anemia ferropriva, uma vez que, além da microcitose e hipocromia, observa-se elevada variação do volume eritrocitário.

RDW (Red Cell Distribution Width) é um índice que indica a anisocitose (variação de tamanho) de hemácias representando a percentagem de variação dos volumes obtidos. No caso e 21%, então temos anisocitose.
Na anemia feripriva a confirmação biologica e obtida:

  • Sangue periferico:
  • anemia hipocroma (CHCM (Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média): é a concentração da hemoglobina dentro de uma hemácia. O intervalo normal é de 32 - 36g/dl. Como a coloração da hemácia depende da quantidade de hemoglobina elas são chamadas de hipocrômicas (< 32), hipercrômicas (> 36) e hemácias normocrômicas (no intervalo de normalidade). No caso e 26, bem abaixo de normal
  • microcitose (VCM = Volume Corpuscular Médio: é o índice que ajuda na observação do tamanho das hemácias e no diagnóstico da anemia: se pequenas são consideradas microcíticas (< 80fl, para adultos), se grandes consideradas macrocíticas(> 96fl, para adultos) e se são normais, normocíticas (80 - 96fl). As anemias microcíticas mais comuns são a ferropriva e as síndromes talassêmicas. As anemias macrocíticas mais comuns são as anemia megaloblástica e perniciosa. O resultado do VCM é dado em femtolitro – no caso e 62, bem abaixo de normal)
  • Carência de ferro serico:
  • Hiposideremia: Ferro sérico baixo: 18 μg/dL (30-90 μg/dL)
  • Capacidade total de ligação do ferro alta: 655 μg/dL (250-425 μg/dL).
  • Ferritina: 8 ng/ml (acima de 10 ng/ml).
  • Saturação da transferrina = Fe sérico/CTLF = 18/655 <16%

A primeira suspeita e, de verdade, a anemia feropriva

II) O diagnóstico de β-talassemia é o mais provável, uma vez que há grande variação do volume eritrocitário e a criança é bem nutrida, além de ser a hemoglobinopatia mais freqüentemente diagnosticada nesta faixa etária. ( )
Nem pensar – a beta-talassemia deveria ser acompanhada de hipersideremia. Não e o caso. Ja sai da questão – apesar disso faltam dados sobre a eletroforese da hemoglobina. FALSA.

III) O diagnóstico de anemia falciforme deve ser excluído com a realização de eletroforese de hemoglobina, uma vez que a alta capacidade de ligação do ferro e a acentuada anemia, além do baço palpável, caracterizam este diagnóstico nesta idade. ( )

Porque??? Somente porque e negro e tem aumento do baço?
FALSA TAMBEM. A anemia falciforme e uma anemia hemolítica. Cadê a icterícia? Cadê o aumento da bilirrubina? Cadê outras sintomas??

IV) A deficiência da atividade da G6PD (glicose-6-fosfato desidrogenase) nas hemácias é a principal hipótese de diagnóstico diferencial, pois se trata de um caso de anemia intensa, certamente aguda, em criança do sexo masculino com peso normal. ()

FALSA TAMBEM !!! Também tratar-se-ia de uma anemia hemolítica e não tem sinais de hemólise, por l’ amor do Deus!.
A resposta correta não e B, mais e A. Somente uma afirmação e exata.

COMENTARIO (PATETICO) PESSOAL
Olha o roubo! Copiaram esta pergunta do exame do ENADE 2007 e mudaram desesperadamente uns dados (tipo, juntaram o aumento do baço e o menino virou negro de branco somente para forçar a afirmação III ser verdadeira), ai, pronto, finis coronat opus!
Que vergonha... nem pelo menos não são capazes fazer as próprias perguntas!!! Muito mais, não conseguem nem copiar direto uma. E tão simples -  só usar “copy” e “paste”, prezados senhores!!!!
 Confira no endereço:
http://enadegabarito.inep.gov.br/prova.medicina.pdf
 a questão 13 aonde, quer dizer conforme a pagina do gabarito
http://enadegabarito.inep.gov.br/gabarito.medicina.pdf
 o resultado e A (correspondendo para a nossa pergunta na idéia que seria somente uma afirmação verdadeira).

22) Uma adolescente de 16 anos completos, saudável, estudante do ensino médio, procura atendimento na Unidade Básica de Saúde, sem acompanhante. Refere que já iniciou a vida sexual e gostaria de fazer uso da pílula anticoncepcional, apesar de utilizar o preservativo. O médico que a atende diz que só pode prescrever o método pedido após falar com um de seus pais ou responsável legal. A conduta do médico está:
(a) Correta. A paciente é menor de idade, portanto, legalmente incapaz. É importante que seus pais ou o responsável legal saibam que ela tem vida sexual. Com a anuência deles, a pílula pode ser prescrita.
(b) Errada. Tal atitude pode ser considerada infração ética, pois, mesmo sendo menor de idade, a paciente mostra-se capaz de tomar decisões relativas à sua saúde e não há necessidade de comunicar aos responsáveis legais assuntos de sua vida sexual.
(c) Errada. Ele poderia prescrever a pílula anticoncepcional, desde que reforçasse a necessidade de continuar usando o preservativo e convocasse os pais ou o responsável legal para deixá-los cientes da situação.
(d) Errada. Não há obrigação em informar os pais ou o responsável, mas ele não pode prescrever método anticoncepcional para adolescente, devendo encaminhá-la a serviço especializado em adolescência para orientação multiprofissional.
(e) Correta. Ele deve exigir a presença dos pais ou do responsável, mesmo porque a pílula anticoncepcional está contra-indicada para adolescente, pelo risco de abandono do uso do preservativo.

GABARITO OFICIAL: B e ficou B depois o recurso.
E claro que o sigilo profissional neste caso tem que ser invocado. A menina tem 16 anos, e capaz de tomar sozinha as decisões relacionadas com a vida pessoal. Se o medico avisar os pais ele pode ser processado para quebra de sigilo medico.

COMENTARIO PESSOAL
Porque algumas perguntas são desse jeito, claro, e outras como acima mencionadas tem somente a razão de confundir e reprovar o candidato? Com certeza, se alguem não sabe responder a tal pergunta não pode professar no Brasil.
Infelizmente, a pergunta e “emprestada” também da prova da ENADE. Veja o endereço
http://enadegabarito.inep.gov.br/prova.medicina.pdf
Questão 17 !!!
Ora, que tal pagar a taxa do ano que vêm pára a Enade?

23) A produção elevada de proteínas de fase aguda é característica da síndrome da resposta inflamatória sistêmica que ocorre na resposta metabólica da criança vítima de politrauma, grandes operações ou de queimaduras envolvendo grande percentual da superfície corporal. A produção dessas proteínas é mediada pela elevação sérica concomitante de:
(a) ACTH.
(b) Hormônio do crescimento
(c) Interleucina 6.
(d) Catecolaminas.
(e) Proteína C reativa

GABARITO OFICIAL C e ficou C depois o recurso.

As proteínas conhecidas como de fase aguda são sintetizadas na vigência de lesões teciduais, sejam estas provocadas por traumatismos extensos ou cirurgias; têm função protetora junto ao organismo. As antiproteases (a exemplo da alfa 1-antitripsina e da alfa 2-macroglobulina) previnem a ampliação do dano causado pela liberação de enzimas provenientes dos tecidos lesados ou das células fagocitárias. A ceruloplasmina tem ação antioxidante expressiva (inativa radicais livres derivados do oxigênio). O fibrinogênio e a proteína C reativa auxiliam no reparo das lesões teciduais. Algumas proteínas plasmáticas de fase aguda têm meia vida biológica fugaz e servem tão somente como indicadoras do trauma.
Nos estímulos provenientes da ferida operatória, já no momento da incisão, são os deflagradores da resposta endócrina. Eles caminham por fibras aferentes e alcançam o hipotálamo, que através do hormônio liberador de corticotrofina (CRF) estimula a síntese e secreção de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). A corticotrofina atua no nível da supra-renal estimulando a produção de cortisol, hormônio fundamental no trauma, Esse glicocorticóide é responsável pelas seguintes alterações: 1) Promoção de um efeito generalizado sobre o catabolismo tecidual, mobilizando, mobilizando aminoácidos(AA) da musculatura esquelética. Os AA servirão de combustível para a síntese Hepática de nova glicose (gliconeogênese), funcionarão como sustratos para a cicatrização de feridas e como precursores para a síntese hepática de PROTEINAS DE FASE AGUDA (Fibrinogenio, ceruloplasmina, PTN C reativa, etc,
Durante a fase aguda do trauma, um grande numero de monócitos e neutrófilos deixa a corrente sanguínea, que produzem interleucinas e FNT, estes agentes levam as seguintes alterações, maior aderência leucocitária ao endotélio vascular, ativação de macrófagos e linfócitos, aumento da capacidade do neutrófilo em gerar radicais livres de oxigênio, elevação dos níveis de prostaglandinas (PGE2 e PGI 2), AUMENTO DA SINTESE DE PROTEINAS DE FASE AGUDA, aumento da degradação protéica muscular e da lipólise sistêmica,
Com certeza, a resposta mais correta e C

COMENTARIO PESSOAL
Pergunta confusa, dando a oportunidade de interpretação. Tem vozes que falaram que também poderia ser A e C junto... enfim, vamos dar credito desta vez ao gabarito oficial 

24) Dona Maria no último exame de pré-natal que realizou, foi identificado AgHbs positivo. Como ela entrou em trabalho de parto antes do previsto, não teve oportunidade de conversar com seu médico. No berçário, de posse dos resultados dos exames maternos, o pediatra deve fazer a seguinte orientação para a criança;
(a) Suspender a amamentação. Deixar em observação rigorosa nas primeiras 48 horas de vida e realizar as provas sorológicas para evidenciar a infecção pelo vírus B da hepatite no recém-nascido.
(b) Contra-indicar a amamentação. Prescrever fórmula láctea para o recém-nascido, pois, o vírus da hepatite pode ser excretado no leite materno. Deve ser administrada vacina contra hepatite B até o final do primeiro mês de vida
(c) Suspender a amamentação por 24 horas. Administrar em duas doses IM de 0,5 ml da imunoglobulina específica para hepatite B nas primeiras 24 horas de vida, vacinar contra hepatite B até o final do primeiro mês de vida.
(d) Manter a amamentação. Administrar em dose única IM 0,5 ml da imunoglobulina específica para hepatite B no recém-nascido nas primeiras 12 horas de vida. Também deve ser administrada vacina contra hepatite B até o sétimo dia de vida.
(e) Manter a amamentação. Prescrever aciclovir e manter por 30 dias. Administrar em dose única IM 0,5 ml da imunoglobulina específica para hepatite B nas primeiras 24 horas de vida. Administrada vacina contra hepatite B até o final do primeiro mês de vida.

GABARITO OFICIAL D que foi mantido depois o recurso

Primeiro, podemos já eliminar todas as variantes que incluem a suspensão, ou pior, contra-indicação da amamentação – a hepatite B materna não e motivo para isso. Ficamos então somente com duas – a variante D e E. Na variante E aparece já o aciclovir – que e o antiviral para o herpesvirus, não para o vírus B  – ou seja “Hasta la Vista, baby” ! Então, a resposta correta e D

COMENTARIO PESSOAL
Pergunta, sem duvida, muito boa, para o clinico geral. Nada a comentar ou reclamar. Que dêmos ao Cesar o que é do Cesar!

25) Dona Benedita leva seu filho Pedro de 10 anos de idade ao Pronto Socorro de Cuiabá com história de febre, sudorese e calafrio há 64 dias. Mãe refere que após uso de Sulfametoxazol+trimetoprima a febre cedeu, mas depois voltou acompanhada de fraqueza, adinamia, cefaléia, dores no corpo todo (mialgia). Ao exame: Estado geral comprometido, febril, mucosas descoradas ++/4+. À ausculta o examinador observou que as bulhas estavam normofonéticas e sopro sistólico +++/6+ no precórdio. No abdome o baço estava palpável a 4 centímetros do Rebordo Costal Esquerdo. Notava-se ainda a presença de petéquias na conjuntiva ocular, dorso das mãos e mucosa oral. Qual o diagnóstico mais provável?
(a) Tuberculose pulmonar
(b) Doença Reumática
(c) Doença de Kawasaki
(d) Malária crônica
(e) Endocardite infecciosa

GABARITO OFICIAL E que foi mantido depois o recurso


É considerado como caso confirmado de EI pacientes com a presença de dois critérios maiores ou um critério maior e três menores. Casos possíveis têm um critério maior e um menor ou três menores.
A endocardite infecciosa (EI) é a infecção microbiana do revestimento endotelial do coração. A lesão característica de endocardite é a vegetação, um coágulo de plaquetas e fibrina infectado, contendo ainda leucócitos e hemácias. A vegetação pode estar localizada em qualquer sítio do endotélio, mas freqüentemente ocorre nas superfícies endoteliais das válvulas cardíacas e próteses valvares.

DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Pacientes com quadro clínico sugestivo: febre, aparecimento de sopro cardíaco inexistente ou alteração de sopro pré-existente, anemia, esplenomegalia, petéquias na pele, conjuntiva, mucosas e vasculite. Além disso, deve-se levar em consideração a presença de fatores de risco: usuário de drogas injetáveis, focos dentários ou portadores de próteses valvares que apresentam anemia ou insuficiência cardíaca de etiologia não definida e procedimentos invasivos como acesso venoso profundo.

COMENTARIO PESSOAL
Com certeza, uma pergunta inteligente, não fácil, e para o clinico geral. Uma das melhores da inteira prova.

26) Em relação à questão anterior, dos exames abaixo, quais seriam imprescindíveis para odiagnóstico?
(a) Hemocultura e Ecocardiograma;
(b) Mielograma e Ultrassonografia de abdômen total;
(c) Hemograma e VHS;
(d) Hemograma e PCR
(e) Mielograma e exame da gota espessa

GABARITO OFICIAL: A que foi mantido depois o recurso

Devem ser solicitados rotineiramente: hemograma, hemocultura (2 amostras com intervalo de 30 minutos ou coleta de 10 ml de sangue, em sítios diferentes; caso não haja crescimento bacteriano, nova amostra deverá ser coletada após 24 horas), VHS, proteína C reativa, ECG, ecocardiograma transtorácico (sensibilidade para detecção de vegetações entre 60 e 70%), ecocardiograma trans-esofágico (sensibilidade para detecção de vegetações entre 75 e 95% com especificidade entre 85 e 98%). O ecocardiograma trans-esofágico somente deverá ser solicitado nos pacientes nos quais não foi possível se fazer o diagnóstico com os exames citados acima.

COMENTARIO PESSOAL
Pergunta clara, sintomatologia sugestiva, diagnostico 100%. Nada a reclamar.

27) A Entreocolite (sic!) Necrosante (ECN) tem a prematuridade como fator fundamental para o aparecimento da doença, cuja etiopatogenia mais citada é caracterizada por:
I. Defesas imaturas, alimentação, infecção bacteriana , isquemia intestinal.
II. Defesas imaturas, alimentação, infecção viral, isquemia intestinal.
III. Isquemia intestinal, presença de alimentos, presença de fungos e medicamentos.
IV. Isquemia intestinal, presença de alimentos, presença de fungos, medicamentos e imaturidade imunológica do intestino.
Está(ão) correta(s) somente a(s) afirmativa(s):
(a) I, II, III e IV
(b) I, II e III
(c) I e IV
(d) III e IV
(e) I e II

GABARITO OFICIAL E que foi mantido depois o recurso

ECN - Fatores de Risco
Prematuridade:

  • 90% casos em RN PT RN-Imaturidade
  • Barreira mucosa intestinal
  • Resposta imune
  • Menor dinâmica circulatória

Imaturidade gastrointestinal

Fatores imunológicos

  • sIgA
  • Linfócitos T intestinais
  • Resposta AC

Normas de alimentação
Agentes infecciosos
Lesões hipóxico isquêmicas

COMENTARIO PESSOAL:
Uma pergunta confusa, em qual o autor mesmo tanto se complicou nas próprias combinações que começou a juntar cavalos com elefantes, fungos com medicamentos e árabes com focas da Groenlândia...  Finalmente até que estou surpreendido que conseguiu o gabarito correto. Combinações sem uma razão cientifica, mas sim com a lamentável razão de confundir o candidato... como se fosse uma prova de 3.000 pessoas por 10 vagas... Combinações de n vezes k... larguem a mão, companheiros! Um lixo de pergunta – pena que a enterocolite do prematuro e tão interessante, poderia ser mais inteligente...

28) Daniel é um menino de 12 meses de idade, que há mais ou menos 5 dias vem apresentando quadro de diarréia com fezes líquidas, esverdeadas, sem muco, com restos alimentares, volumosas 4 a 5x p/dia, acompanhada de distensão abdominal. Seu peso é de 9.270 g e estatura de 74 cm.
Alimentação atual: Leite materno 3 x ao dia, Leite de Vaca desnatado 120 ml 2x ao dia, suco Tang sabor laranja 150 ml/dia, banana 3x na semana, almoço: arroz, feijão, frango ou ovo ou salsicha. Jantar: o mesmo do almoço ou sopa miojo (macarrão)
Vacinação: 01 BCG; 3 doses da Tetra; 3 anti Hepatite B e 3 doses da Sabin, 1 dose da Febre amarela.
Daniel nasceu de parto normal com peso de 2800 g, a termo, Cumprimento de 18 cm.
Para efeito de cálculo considere o Peso/idade aos 12 meses como sendo igual a 10.300 g no percentil 50.
De acordo com o texto, assinale a ALTERNATIVA CORRETA.
(a) Alimentação e imunização adequadas e estado nutricional normal;
(b) Alimentação e imunização inadequadas e desnutrição de 1º grau segundo Gomes;
(c) Alimentação e imunização inadequadas e estado nutricional normal.
(d) Alimentação adequada, imunização inadequada e desnutrição de 1º grau segundo Gomes;
(e) Alimentação inadequada, imunização adequada e desnutrição de 1º grau segundo Gomes.

GABARITO OFICIAL C, depois o recurso, mudaram para B

Bem já podemos eliminar desde o começo as variantes aonde esta presumida a “alimentação correta” – nem pensar a chamar de alimentação correta salsicha com ovo e suco TANG numa criança de 1 ano de idade. So faltava uma cerveja com o arroto conseqüente depois o almoço. Mas olha aí, que milagre do Deus pode acontecer no Brasil, locação Mato Grosso – o menino nasceu com 18 cm de cumprimento!!!! Os irmãos Grimm teriam contado uma historia mais interessante... Vamos dizer que foi erro de tipografia... qual o cumprimento real que o menino poderia ter havido? 81? (na hipótese que inverteram os números)? O louco! Ou pode ser que 180? So se fosse Gulliver! Porque se ele nasceu com 18 e ficou vivo, ou o menino e do Lilliput, ou do povo pigmeu. Mas o povo pigmeu não vive no Mato Grosso – isto eu sei mesmo não sendo brasileiro, quanto o Jonathan Swift... ele viveu na Inglaterra. Bem, já que – graças a Deus – não interfere muito nos dados da problema do tio Gomes, vamos ficar então com as perguntas de salsicha: B, C ou E?
A classificação de Gómez:
Se aplica somente para crianças menores de 2 anos

  • não desnutrido: peso para idade superior a 90% do esperado;

D 1 desnutrido de primeiro grau: 75 a 90% de adequação de peso para a idade

  • D 2 desnutrido de segundo grau: 61 a 74% de adequação de peso para a idade;
  • D 3 desnutrido de terceiro grau (ou desnutrição grave): 60% ou menos de adequação de peso para idade.

Uma problema da classificação do Gomez e que a formula pode dar erros serias se a criança for edemaciada.

Quer dizer: 9270/10300 = 0,9 ou seja 90%
O menino e desnutrido de primeiro grau D1
Ai, o cara que fez o gabarito, o que foi que ele pensou? O menino tem 90% do peso ideal? E normal. Depois isso, veio um mais inteligente e falou – não rapaz, em português “superior” a 90% significa “maior” quer dizer, não “maior ou igual”, ai mudaram o gabarito.
Então já que a alimentação e inadequada, o estado nutricional também a variante C caiu já.
Ficamos somente com B e E

Vamos ver a tabela de vacinação conforme o MS:

1
Então falta a vacina contra rotavirus e o tríplice viral

Resposta correta de verdade C

COMENTARIO PESSOAL:
Essa pergunta foi fabricada pegando salsicha, misturaram com suco Tang, arroz, feijão e ovo... mas depois jogaram tudo junto com fezes líquidas, esverdeadas, sem muco, com restos alimentares. A mistura coagulou instantaneamente e formou um cilindro com cumprimento de 18 cm, que pode ser usado para checar muitas profundezas.
Para fazer uma pergunta aonde um menino tem 18 cm ao nascer, o “maior que 90%” ser a mesma coisa com “maior ou igual 90%”, enfim, brincar com os gabaritos (hoje e B, amanha e C) comprova que os honrados cuiabenses estão nem ai, para revalidação de diplomas. Somente nosso dinheiro que foi jogado pela janela...

29) Em relação aos recém-nascidos, assinale verdadeiro (V) ou falso (F) e, posteriormente assinale a alternativa CORRETA:
(a) O peso médio de nascimento dos meninos é de 3,3 Kg e das meninas é de 3,0 Kg. - CORRETA
(b) Em geral, os recém-nascidos ganham cerca de 700 gramas no primeiro mês de vida, mantendo esta média até o 3o mês. – CORRETO, depois crescem somente com 600/mes
(c) O recém-nascido de termo perde de 7 a 10% do seu peso na primeira semana de vida, chegando ao peso de nascimento aos 10 dias de vida. CORRETO
(d) Recém-nascido de Termo são os nascidos entre 36 e 42 semanas de idade gestacional, segundo a Organização Mundial de Saúde. INCORRETO 36-40 semanas
(e) O perímetro cefálico (PC) ao nascimento é igual ao perímetro torácico (PT) e assim se mantém até o terceiro mês de vida quando então PT é maior que PC. INCORRETO O perímetro cefálico e maior que o perímetro toracico
(f) Em relação ao crescimento em estatura, a criança cresce cerca de 50% da sua estatura de nascimento ao longo do 1o ano da sua vida. CORRETO

(a)  V, V, V, V, V, F.
(b)  V, V, V, F, F, V
(c)  V, V, F, F, V, V.
(d)  V, F, F, F, V, V.
(e)  F, F, V, V, F, F.

GABARITO OFICIAL: B e ficou

COMENTARIO PESSOAL
Não poderiam ser todas as perguntas desse jeito?

30) Em relação ao aleitamento materno e a passagem de drogas utilizadas pela mãe para o lactente, assinale Verdadeiro ou Falso e a seguir marque a alternativa correta:
I. O transporte passivo é o mecanismo que envolve a passagem da maioria das drogas. ( ) VERDADEIRO
II. O transporte ativo através de carreadores químicos é o mecanismo que envolve a passagem da maioria das drogas. ( ) FALSO
III. A pinocitose é o mecanismo mais importante de passagem das drogas. ( ) FALSO
IV. A Bromocriptina suprime a lactação, por isso, está contra-indicada nas nutrizes que desejam amamentar. ( ) VERDADEIRO
(a) F, V, F, V.
(b) V, F, F, V.
(c) F, F, V, F.
(d) F, F, V, V.
(e) F, V, F, F.

GABARITO OFICIAL: C e ficou C depois o recurso
O transporte passivo é o transporte que ocorre entre duas soluções que tem por objetivo igualar as concentrações, ele ocorre sem o gasto de energia. Ele se divide em dois tipos: difusão e osmose. O transporte ativo acontece contra a tendência normal, mas requer gasto de energia. A bromocriptina e contraindicada para as mães que amamentam e esta usada como tratamento em galactorreia.

COMENTARIO PESSOAL
E uma pergunta de biofísica da membrana celular, mais fisiopatologia molecular que medicina clássica, mas acho que não tem nada a ver com a revalidação de diploma, enfim – afinal tem que saber isso, fazer o que? Com certeza, os acadêmicos do Cuiaba, a hora que prescrevem um remédio pensam primeiro no mecanismo de transferência para a membrana... De outro lado, pelo menos a pergunta e clara e sem duvidas...

31) Marque a alternativa Correta. Ao ser formalmente referenciado um paciente para um ambulatório especializado do HUJM / FUFMT, funcionando dentro do Sistema hierarquizado e regionalizado de Saúde de Cuiabá, a importância na contra referência seria :
(a) Orientar adequadamente seu paciente sobre as medicações prescritas.
(b) Enviar para uma outra unidade de Saúde um relatório completo sobre a internação.
(c) Realizar notificação à autoridade competente, se o caso for de uma doença de notificação compulsória.
(d) Agendar o retorno do paciente ao ambulatório de origem com informações pertinentes ao caso, para o respectivo acompanhamento.
(e) Principalmente resolver o problema de Saúde do paciente nesse citado Hospital.

GABARITO OFICIAL: D e ficou D depois o recurso...

CONTRA-REFERENCIA: Ato formal de encaminhamento de um paciente ao estabelecimento de saúde de origem, que efetuou a referência, após realização da avaliação e tratamento específico, acompanhado das informações necessárias.

COMENTARIO PESSOAL:
Excelente pergunta, sem frescuras, com resposta clara e evidente.

32) No Planejamento em Saúde, principalmente do tipo Normativo, a preocupação básica na etapa do diagnóstico seria fundamentalmente levar em consideração:
I. A situação epidemiológica.
II. A situação dos serviços de Saúde.
III. A situação de poder Político Intra Institucional
IV. A situação de poder político Extra Institucional.
Está(ão) correta(s) somente a(s) afirmativa(s):
(a) I, II, III e IV
(b) I, II e III
(c) I, III e IV
(d) IV
(e) IIII (sic!)

GABARITO OFICIAL: A, tanto antes quanto depois o recurso.

Nossa, eu tive a intenção de marcar como verdadeira também a variante IIII... so que não achei essa afirmação.
Como que é? Que numero que e esse, IIII? Puxa, não sabe contar os pauzinhos?
O planejamento de políticas é responsabilidade do nível central do sistema; no caso do setor da saúde, de competência do secretário municipal. Segundo Dever (2), é destinado a promover mudanças sociais deliberadas ou pretendidas projetadas para o futuro. Como é possível perceber, nesse nível de planejamento será necessário lidar com os distintos interesses de diferentes atores sociais e sua postura em relação ao plano, de oposição, indiferença ou adesão.
Para o enfoque estratégico moderno, a problematização do real deve ser feita em função dos vários níveis que, de maneira inter-relacionada, compõem a realidade, quais sejam:
— nível 1 do fenômeno: nível setorial onde o observável é a produção (fluxo de) de fatos específicos (de saúde). Ex.: nº de consultas, vacinações, nº de óbitos, de altas, produtividade, cobertura, etc;
— nível 2 da fenoestrutura: atuação política organizada a nível do Estado e da Soc. Civil — plano das organizações sociais em geral (políticas, econômicas, ideológicas), que tem a capacidade ou a faculdade de acumular/desacumular poder condicionando o alcance e a direção dos fatos que se produzem ao nível fenomênico (capacidade de produção de fatos) — nível setorial e global;
— nível 3 da genoestrutura: genética do sistema ou conjunto das leis básicas que regulam uma determinada formação social condicionando definitivamente os dois níveis anteriores — corresponde ao (s) conceito (s) operacional (is) de modo de produção, formação social, caráter geral do Estado, etc
COMENTARIO PESSOAL
Essa era, obviamente, uma coisa urgente a verificar – se o estrangeiro que vem no Brasil ou brasileiro que se forma no exterior sabe quais são os princípios do Planejamento Normativo da área de saúde... igualmente, posso afirmar que é uma pergunta mal intencionada, não tem nada a ver com a medicina, e pura barbologia e interpretação de textos legislativos

33) “Um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual ou coletiva, com finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças e agravos”, constituí a base conceitual da:
(a) Epidemiologia.
(b) Vigilância Epidemiológica.
(c) Vigilância Sanitária.
(d) Saúde Pública.
(e) Educação em Saúde

GABARITO OFICIAL: B, mantida.

A definição e da Vigilância Epidemiologica.

COMENTARIO PESSOAL
Pergunta boa, lógica, útil, fácil de acertar.

34) Na área de Medicina do Trabalho, dividindo o número de acidentes fatais pelo número total de acidentes de trabalho ocorridos em um determinado local e tempo, fica calculado e indicador:
(a) Incidência acumulada.
(b) Coeficiente de mortalidade.
(c) Densidade de incidência.
(d) Coeficiente de gravidade.
(e) Coeficiente de letalidade.

GABARITO OFICIAL: E, mantido depois o recurso.

2

LETALIDADE: É um indicador que mede a capacidade dos acidentes de trabalho de levar ao óbito.

COMENTARIO PESSOAL: Não tenho. Pergunta razoável.

35) O parâmetro que pode ser utilizado como medida de tendência central, inclusive no caso de a variável considerada ser qualitativa é:
(a) Moda.
(b) Média aritmética.
(c) Média harmônica.
(d) Mediana.
(e) Média ponderada.

GABARITO OFICIAL: A

Na verdade, a mediana e a medida de tendência central mais usada, só que ela pode mostrar somente parâmetros quantitativos. Já a moda, sim, ela e a única que pode representar a tendência central de um grupo com variáveis qualitativas.

COMENTARIO PESSOAL:
Uma das perguntas que eu me arrependo muito de ter sido errado – por isso que tem que ler muito bem o enuncio – eu já marquei a mediana, e, mesmo durante a prova essa pergunta cutucava minhas duvidas, não troquei a resposta. A pergunta e muito boa, avalia especialmente o raciocínio.

36) Na implantação do SUS ( Sistema Único de Saúde ) foram levados em consideração vários princípios elencados na coluna das esquerda. Cada um destes itens citados deu suas respectivas conseqüências.

3

Assim sendo, assinale abaixo a correlação certa entre o princípio e sua respectiva conseqüência.
(a) 1E , 2C , 3A , 4D e 5C.
(b) 1E , 2A , 3D , 4B e 5C.
(c) 1E , 2C , 3D , 4A e 5B.
(d) 1C , 2D , 3A , 4B e 5E.
(e) 1E , 2A , 3D , 4C e 5B

GABARITO OFICIAL E, que foi mantido

Princípios éticos/doutrinários:

Universalidade dos Serviços: acesso à saúde como direito público subjetivo, integrantes dos direitos da cidadania. A Universalidade é o princípio segundo o qual "A Saúde é direito de todos e dever do Estado..." (CF,196,caput)
Integralidade da Assistência: direito de as pessoas serem atendidas na integra nas suas necessidades. É "... entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;" (Lei 8.080, T, 11)
Eqüidade na prestação dos Serviços: a política pública de saúde, deve ser redistributiva com o objetivo de corrigir desequilíbrios estaduais e regionais.
Deve dar-se tratamento desigual para situações desiguais, ou seja, cada um segundo suas necessidades, objetivando proporcionar uma maior uniformidade

Principios organizacionais/operativos

Descentralização dos Serviços: redistribuição de recursos e responsabilidades entre os entes federados com base no entendimento de que o nível central, a União, só deve executar aquilo que nível local, os municípios e estados, não podem ou não conseguem. A gestão do Sistema (SUS) passa a ser de responsabilidade da União, dos estados e dos municípios, agora entendidos como os gestores do SUS.
Regionalização e Hierarquização da rede: distribuição espacial dos serviços de modo a atender às necessidades da população por regiões e em diferentes níveis de complexidade. Exige ações articuladas entre estados e municípios, sendo-Ihes facultada a criação de consórcios.
Participação Social: institucionalização da democracia participativa e de conseqüente controle social na área de saúde com a obrigatoriedade de constituição e de funcionamento de conselhos de saúde nos três níveis de governo.

COMENTARIO PESSOAL
Ainda estou procurando uma explicação como que aconteceu eu errar uma pergunta tão simples.
Enfim, minha resposta foi C (inversei duas associações... só Deus sabe como consegui fazer isto) – era uma das perguntas que, antes de eu ver o teste de novo,  achava que acertei 100%, e não era assim.
A pergunta foi extremamente boa... mas perdi o 0,1... Xeque-mate...

37) Dos itens abaixo citados, serviram de base para que houvessem ações governamentais para implantação do SUS no Brasil, exceto:
(a) Atividades de atenção primária à saúde
(b) Baixa efetividade.
(c) Dispersão de iniciativas.
(d) Centralização da execução orçamentária
(e) Compra de serviços pelo nível central junto ao setor público e privado.

GABARITO OFICIAL: A, mantido.

Nem precisa usar algum material – a resposta e lógica (A).- a única que tem caráter positivo entre as outras

COMENTARIO PESSOAL
Ninguem não acreditará, mas errei também essa pergunta – por falha de interpretação... se fosse um pouquinho mais atento... minha mente leu “Atividades de atenção primária à saúde” como “Falta de...”... Uma pergunta otima, mas chutei pra fora... que pena, olha como voaram, ate agora, 0,4 pontos de graça... somente por falta de atenção...

38) – Na epidemiologia, podemos dizer que, o critério final de verdade é a confirmação de suas hipóteses através de:
(a) Estudos de coortes.
(b) Estudos laboratoriais.
(c) Estudos experimentais
(d) Diversos estudos independentes e repetidos.
(e) Eficácia no controle da doença

GABARITO OFICIAL: E, mantido

HIPÓTESES EPIDEMIOLOGICOS
Hipóteses são conjunturas com as quais procura-se explicar, por tentativa, fenômenos ocorridos ou ocorrentes. São respostas possíveis dadas aos problemas postos pela ciência ou pelo senso comum.
A pesquisa epidemiológica busca sempre um teste de um tipo formal de hipótese: a de que uma dada variável de exposição constituiou não um fator de risco para uma certa patologia. A hipótese, de alguma maneira, orienta e determina a natureza dos dados a serem coletados e, portanto, a metodologia da pesquisa. Dados são produzidos para satisfazer um objetivo, qual seja, reiterar a validade da hipótese ou refuta-Ia.
Mas, o critério de verdade em Epidemiologia é, em última análise, a eficácia e a efetividade em prevenção e controle.

COMENTARIO PESSOAL
Estava prestes a xingar esta pergunta para confusão, mas depois eu achei no MEDCURSO esse parágrafo, ai, vou ficar quietinho. A pergunta e exata.

39) O levantamento de casos de câncer cerebral em uma dada população em um determinado período, mostrou uma incidência de 17,3 / 100.000 habitantes, com taxa de mortalidade igual a 7,3 / 100.000 habitantes. Levando-se em consideração que a duração da doença seja em média de 4 anos, teremos então uma prevalência por 100.000 habitantes equivalente a (marcar a resposta correta):
(a) 4.3
(b) 29,2
(c) 69,2
(d) 126,3
(e) 173,3

GABARITO OFICIAL: B, depois o recurso mudaram para C

Pois é...
Usando a formula que vocês ensinaram (Medcurso) P= I x d a resposta é 69,2.

COMENTARIO PESSOAL:
Sera que e possível que o próprio autor da pergunta não sabe a resposta exata???. E tão dificil aplicar uma formula?
Como que pode mudar um gabarito quando já foi feito a avaliação das notas? Então, aquele que recebeu ponto para esta pergunta tem que perder os pontos – está errado. No mesmo tempo, se fosse alguém que tinha sido aprovado com 5,00?
Eu nunca, na minha vida e em nenhum lugar não vi uma coisa parecida!

40) Um lactente de 18 meses de idade, do sexo feminino, foi transferido de uma creche para outra.
Durante as duas primeiras semanas manifesta nela a doença chamada varicela. Nas semanas seguintes observa-se que, entre as 200 crianças das cinco turmas da creche, 30 pertencentes à mesma turma da primeira desenvolveram varicela. Considerando-se que todas as turmas têm número igual de alunos, a taxa de ataque secundária é de:
(a) 15 %
(b) 25 %
(c) 35 %
(d) 55 %
(e) 75 %

GABARITO OFICIAL E, mantido depois o recurso
Taxa de ataque secundário (TAS)-: é uma taxa utilizada para estudar a dessiminação de doenças infecciosas em subgrupos definidos da população e é calculado da seguinte forma:

nº total de sujeitos expostos ao 1º caso que desenvolveram
doença dentro dos limites do período de incubação
Total nº de casos expostos ao 1º caso

Um calculo matemático simples mostra que em cada turma exisetem 40 crianças (5 turmas), então

TAS: 30/40 = 75%

COMENTARIO PESSOAL:
Pergunta com resposta obvia, clara e aplicação de formula. Nada a reclamar.

41) Qual o fundamento do exame de Pletismografia no estudo da oclusão de vasos maiores do sistema venoso profundo do membro inferior?
(a) Alterações de volume do membro
(b) Alterações de pressão
(c) Alterações de velocidade
(d) Estudar efeito Doppler
(e) Localização da obstrução.

GABARITO OFICIAL A, mantido depois o recurso

Com certeza, o fundamento para que indicamos um exame de pletismografia do membro inferior e a alteração do volume do membro (causada de edema).

COMENTARIO PESSOAL
Sem duvida, uma pergunta pertinente. Pegadinha, sim, mais pegadinha pertinente.

42) Na profilaxia do adenocarcinoma gástrico, a indicação para erradicação do H. pylori tem o momento mais eficaz:
(a) Quando houver gastrite atrófica leve
(b) No momento em que houver mudança de metaplasia para displasia de baixo grau
(c) Na ausência de gastrite atrófica, metaplasia intestinal ou displasia.
(d) Somente quando houver displasia de alto grau
(e) A erradicação não influencia o prognóstico de evolução do adenocarcinoma, ao contrário do que acontece com os linfomas MALT.

GABARITO OFICIAL: C mantido depois o recurso.

Conceito: tumor maligno de maior incidência e importância. Tumor de epitélio endodérmico do estomago.
Patogenia: fatores alimentares (fibras vegetais não absorvíveis e frutas da estação ajudam a prevenir); nitrosaminas(derivado do nitrogênio, contamina a água e são altamente carcinogênicos); fatores genéticos; idade (comum apartir dos 40); sexo (masculino); H. Pylori; fatores sócio-economicos; gastrite atrófica (por gastrite crônica de repetição);
Sabe-se que a infecção por esse microrganismo determina uma importante inflamação, aguda e crônica da mucosa gástrica que, quando não tratada, permanece para sempre, sendo raramente eliminada de forma espontânea. A gastrite crônica não-atrófica ocasionada pelo H. pylori pode evoluir para gastrite atrófica, metaplasia intestinal e displasia
Várias evidências apontam para possível papel do H. pylori na patogênese do adenocarcinoma gástrico. Em 1994, a bactéria foi classificada como carcinógeno do tipo 1 para câncer de estômago pelo International Agency for Research on Cancer (órgão subordinado à Organização Mundial da Saúde). O câncer gástrico é a segunda causa de morte no mundo, com incidência de 800.000 casos por ano. Kodaira et al (2002), em metanálise envolvendo 42 estudos, determinaram que a infecção pelo H. pylori está associada a um risco duas vezes maior para o desenvolvimento de adenocarcinoma gástrico. Acredita-se que mais de um terço dos carcinomas gástricos seja atribuído à infecção pelo H. pylori.
Com certeza a erradicação do H. pylori tem que ser feita antes que as lesões que ele pode causar ou piorar apareçam.

COMENTARIO PESSOAL
Boa pergunta. Nada a reclamar. A resposta estava obvia

43) Em relação ao Esôfago de Barret, leia as afirmações abaixo e responda a alternativa correta:
I. O esôfago de Barret está associado a fatores clínicos que indicam maior severidade do refluxo
II. A displasia de alto grau é fator de risco menor que as anormalidades citométricas de fluxo, mutação do p53 e expressão HD5 (human defensin 5)
III. A erradicação do H.pylori é indispensável para o sucesso do tratamento da doença do refluxo gastro esofágico com Esôfago de Barret.
IV. Não é incomum o desaparecimento da pirose na Doença do Refluxo Gastro-Esofágico, quando ocorre “barretização” do esôfago.
Está(ão) correta(s) somente a(s) afirmativa(s):
(a) I, II, III e IV
(b) I, II e III
(c ) I e IV
(d) II e IV
(e) III e IV
GABARITO OFICIAL: C, e ficou C depois o recurso

Processo de metaplasia anode as celulas escamosas da mucosa esofagiana sao substituidas por epitelio colunar.
Refluxo esofagiano cronico lesa o epitelio e expoe o meio esofagico a um pH anormal que estimula a reparacao atravez de metaplasia colunar.
Tipos de metaplasia

  • Metaplasia intestinal especialiazada: tipo mais superficie viliforme e criptas intestinais alinhadas por celulas colunares mucossecretantes e celulas caliciformes.
  • Epitelio gastrico tipo fundico.
  • Epitelio tipo juncional.

O adenocarcinoma gastrico geralmente se associa a metaplasia intestinal.
Diagnostico
E mais comum em homem.
Esofago de Barret e DRGE sao incomuns em negros.
A prevalencia do esofago de Barret aumenta apos os 70 anos.
A DRGE associada ao esofago de Barret geralmente e grave com ulceracao esofagica, estenose e hemorragia.
Muito comum em esofagite e mais comum em estenose peptica esofagica.As vezes, por causa da barretização as sintomas comuns em DRGE podem ser atenuadas – exemplo: o caso da pirose, que ate pode sumir.
Nos EUA o adenocarcinoma esofago distal e cardia e maior que nos outros tipos.
Carcinogenese estao envolvidos perda de heterozigose em varios genes de supressao tumoral.
Alem dos genes supressores estao envolvidos fatores de crascimento FCE, FCT-α.
Citometria de fluxo tem sido usada para detectar aneuploidia no esofago de Barret.
Grau de angiogenese nao e um fator prognostico.
Devido a alta incidencia de adenocarcinoma de esofago, todos os pacientes com esofago de Barret devem ser submetidos a rastreamento  para desenvolvimento de displasia e carcinoma.
1/3 dos casos de displasia de alto grau no esofago de Barret, apresenta ou apresentara CA invasivo ao longo dos anos.
TCO= tomografia com coerencia optica, tecnica de biopsia otica que usa luz infravermelha.

COMENTARIO PESSOAL
Sem reclamações, a pergunta e difícil, reclama conhecimentos da patologia do esôfago, mas não pula a cerca – perugunta exatamente quanto um clinico geral tem que saber.

44) Considere as afirmações abaixo e responda a alternativa correta:
I. O tronco celíaco é o primeiro ramo abdominal da artéria aorta.
II. A artéria epigástrica inferior é ramo da artéria ilíaca externa e a
artéria epigástrica superficial é ramo da artéria ilíaca interna.
III. A artéria uterina é ramo da artéria ilíaca interna
IV. A artéria retal média e a artéria sacral mediana são ramos da artéria
mesentérica inferior
Está(ão) correta(s) somente a(s) afirmativa(s):
(a) I, II e III
(b) II, III e IV
(c ) III e IV
(d) I
(e) III

GABARITO OFICIAL E, foi mantido depois o recurso

I. O tronco celíaco é o primeiro ramo abdominal da artéria aorta.

O tronco celíaco não é o primeiro ramo abdominal da artéria aorta. Artérias frênicas inferiores, pares e parietais irrigam o músculo diafragma  Originam as artérias supra-renais superiores. Fazem anastomose com as artérias pericardicofrênicas e musculofrênicas. FALSO

II. A artéria epigástrica inferior é ramo da artéria ilíaca externa e a artéria epigástrica superficial é ramo da artéria ilíaca interna.

A artéria epigástrica inferior é um ramo da artéria ilíaca externa, mas artéria epigástrica superficial e ramo da artéria femoral;  FALSO

III. A artéria uterina é ramo da artéria ilíaca interna

A artéria uterina geralmente surge da divisão anterior da artéria ilíaca interna. Ela vai em direção ao útero, cruzando o ureter anteriormente.
Ela viaja através do paramétrio do ligamento largo do útero inferior.
Geralmente se anastomosa com a artéria vaginal. A artéria vaginal às vezes surge da artéria uterina, ao invés de ser ramo direto da artéria ilíaca interna. VERDADEIRO

IV. A artéria retal média e a artéria sacral mediana são ramos da artéria mesentérica inferior

Arteria retal media e ramo da ilíaca interna, enquanto a sacral media e ramo da aorta abdominal.
FALSO

COMENTARIO PESSOAL
Um medico tem que conhecer bem a anatomia. Sem duvida, a pergunta pode ser considerada perfeitamente adequada por uma prova de clinico geral. Apesar que eu errei a resposta. Que vergonha, né?

45) O procedimento de escolha para a diverticulite perfurada de sigmóide com peritonite generalizada é:
(a) Ressecção do segmento perfurado com colostomia terminal.
(b) Sigmoidostomia em alça e drenagem da perfuração.
(c) Colostomia transversa em duas bocas e drenagem da perfuração.
(d) Ressecção da área de divertículos e colostomia terminal.
(e) Sigmoidectomia com anastomose primária.

GABARITO OFICIAL A, mantido depois o recurso

O procedimento de escolha para a diverticulite perfurada de sigmóide com peritonite generalizada é sigmoidectomia e colostomia à Hartmann (a mesma coisa)

COMENTARIO PESSOAL
Esta não e uma pergunta básica. E mal intencionada e escolhida provavelmente porque tem tantas “-tomias” e “-stomias”. E pergunta para o cirurgião, ou pelo menos para o medico que faz a prova de residência para uma especialidade cirurgical. Falamos de clinico geral, porém... Alguem vai sair de revalidação com especialidade de cirurgião...? pelo menos, se fosse uma pergunta sobre a cirurgia do estomago, ou das vias biliares, sobre o apendice... mais comuns na patologia... mas tratamento cirurgical da diverticulite??? Larga a mão...

46) Um paciente submetido a cirurgia eletiva sob anestesia peridural apresenta no pós-operatório imediato pressão arterial de 70x40 mmHg, não há evidencia de hemorragia ou sepsis. A terapêutica inicial apropriada para este paciente é:
(a) Estimulante beta adrenérgico.
(b) Transfusão de 2 unidades de plasma.
(c) Administração de 2000 ml de solução salina.
(d) Estimulação com drogas alfamiméticas.
(e) Administração de corticosteróides de ação rápida

GABARITO OFICIAL: C

Com certeza, o que e pergunta de medicina e fácil de responder. O cara está em choque hipovolêmico, sem hemorragia ou sepsis, provavelmente e um choque neurovasoplegico, ai, o enchimento vascular e a primeira e melhor solução. E isso ai que tem que saber um medico clinico geral.

COMENTARIO PESSOAL:
Otima pergunta, lógica e sem frescura.

47) Em relação às queimaduras elétricas é correto afirmar-se:
(a) A avaliação clínica inicial prediz adequadamente a extensão da lesão.
(b) A necessidade hídrica freqüentemente excede a previsão calculada pelas fórmulas usuais.
(c) O desbridamento e fasciotomia devem ser retardados até a demarcação da extensão da lesão.
(d) A cintilografia com tecnécio detecta músculos desvitalizados, podendo retardar o desbridamento por vários dias.
(e) A fasciotomia deve ser feita em todas as extremidades lesadas.

GABARITO OFICIAL: B e ficou B depois o recurso
Com certeza, e bem conhecido de qualquer um que, por causa da lesão “disfarçada” da queimadura elétrica a perda de hidroeletrolitos pode ser erradamente avaliada. Não pode avaliar a extensão de lesão porque tudo que se vê e a marca de entrada e da saída. A variante C e palhaçada. A variante D e uma historia dos irmãos Grimm e a “fasciotomia em todas as extremidades lesadas” e até hilária.

COMENTARIO PESSOAL
Nada a comentar. Qualquer um tem que saber o tratamento das queimaduras se quiser medicar. Otima questão.

48) Analise as afirmações e responda a alternativa correta.
I. O tamponamento cardíaco em caso de trauma torácico é associado com pulso paradoxal, hipotensão arterial, diminuição da Pressão Venosa Central e aumento da pressão de pulso.
II. Em vítimas de trauma torácico o primeiro sinal de insuficiência respiratória é a confusão mental.
III. No caso de trauma torácico contuso com múltiplas fraturas de costelas e movimento paradoxal, estando o paciente estável hemodinamicamente e sem qualquer sinal de insuficiência respiratória, nenhum tratamento é necessário a princípio.
IV. No trauma torácico com pneumotórax aberto, a conduta no atendimento de urgência inicial deve ser a oclusão do ferimento com curativo de três faces.
Está(ão) correta(s) somente a(s) afirmativa(s):
(a) I, II, III e IV
(b) I, II e III
(c ) I e II
(d) III e IV
(e) I e IV

GABARITO OFICIAL: D e ficou D depois o recurso

Lesões torácicas que exigem actuação imediata, pois podem comprometer a vida do doente:
· Pneumotórax hipertensivo.
· Hemotórax maciço.
· Tamponamento cardíaco.
· Lesões dos grandes vasos.
· Rotura do diafragma.
· Fractura traqueobrônquica.

I. O tamponamento cardíaco em caso de trauma torácico é associado com pulso paradoxal, hipotensão arterial, diminuição da Pressão Venosa Central e aumento da pressão de pulso
TAMPONAMENTO CARDÍACO SINAIS:
· Ingurgitamento jugular
· Choque
· TA normal ou diminuída
· Taquicardia
· Sons cardíacos apagados
· PVC aumentada
FALSO

II. Em vítimas de trauma torácico o primeiro sinal de insuficiência respiratória é a confusão mental
Nossa, da onde que eles tiraram isto? FALSO? Não, SEM SENTIDO!

III. No caso de trauma torácico contuso com múltiplas fraturas de costelas e movimento paradoxal, estando o paciente estável hemodinamicamente e sem qualquer sinal de insuficiência respiratória, nenhum tratamento é necessário a princípio.
O RETALHO COSTAL MÓVEL (VOLLET COSTAL) surge quando um segmento da parede torácica deixa de estar em sincronia com o resto da grelha costal em consequência da fractura de várias costelas. Este segmento vai sofrer um movimento paradoxal (para dentro durante a inspiração e para fora na expiração), característico desta lesão.
A gravidade desta situação não resulta apenas deste movimento paradoxal, mas sim da contusão pulmonar subjacente que condiciona má oxigenação tecidular.
Esta situação resulta usualmente de um traumatismo associado com fracturas múltiplas de costelas (fractura em 2 ou mais pontos).
A hipóxia agrava-se com a diminuição e amplitude dos movimentos respiratórios, devido à dor, pelo que se deve:
· Administrar O2
· Analgesia eficaz
· Suporte ventilatório (se indicação)
Quer dizer, eles acham a afirmação correta... Pois é, deixa ele morrer – quem mandou fraturar tantas costelas, hein!!? Morreu o paciente e morreu a pergunta também, junto com ele... e mais que? 0,1 pontos? “Requiescat in pace” FALSA

IV. No trauma torácico com pneumotórax aberto, a conduta no atendimento de urgência inicial deve ser a oclusão do ferimento com curativo de três faces.
TRATAMENTO PNEUMOTORAX ABERTO
Limpar a ferida;
Colocar um plástico ou papel esterilizado das compressas sobre a ferida, fixando os 4 lados deixando um dos vértices livres, de forma a permitir a saídade ar durante a expiração, reduzindo o risco de converter um pneumotórax aberto num pneumotórax hipertensivo.
Na expiração permite a saída de ar pelo lado do penso que se encontra sem adesivo.
VERDADEIRA

COMENTARIO PESSOAL:
Quer dizer, mais uma pergunta queimada...
Então, são verdadeiras III e IV ou somente IV? Não tomamos nenhuma medida, mesmo o pneumotórax e aberto e tem movimento paradoxal, sem duvida dor pra caramba e perigo de lesão subjacente pulmonar. Vire, bonitinho as costas e deixa ele uivar de dor – não tem nada, rapaz... vá embora que a gente ta ocupado...
E lamentável... E, depois tudo isso, somos nós que tem que revalidarmos as diplomas... E as “arveres”? AR-VO-RES....!
Somos... nos...

49) Qual a causa mais freqüente de estreitamento patológico do canal anal após cirurgia anorretal?
(a) Ressecção excessiva do anoderma.
(b) Remoção excessiva da mucosa retal.
(c) Não realização de esfincterotomia no per operatório.
(d) Sutura transfixante dos pedículos vasculares intra-retais.
(e) Não colocação de tampão retal no pos operatório imediato

GABARITO OFICIAL: A e ficou A depois o recurso

A causa mais freqüente de estreitamento patológico do canal anal após cirurgia anorretal e a resseção de anoderma, que, realizada excessivamente, pode causar uma regeneração defetuosa do trajeto com sinequias e reparações conjuntivas defetuosas.

COMENTARIO PESSOAL.
Pergunta boa, nada a dizer. Como medico, pode encontrar um caso que fez uma cirurgia anoretal e se apresenta no teu consultório com esta problema. Eu errei esta pergunta, não cheguei a repetir nada sobre a cirurgia anoretal .

50) De acordo com a técnica de Brooke, indique a localização preferencial para a confecção de uma ileostomia:
(a) Na interseção das linhas traçadas entre a espinha ilíaca antero-superior esquerda e a cicatriz umbilical.
(b) No terço médio de uma linha traçada na fossa ilíaca direita, entre a cicatriz umbilical e a crista ilíaca
(c) No terço médio de uma linha traçada na fossa ilíaca direita, entre a cicatriz umbilical e a arcada inguinal.
(d) Na interseção das linhas traçadas entre a espinha ilíaca antero-superior direita e a cicatriz umbilical, sobre a borda externa do músculo reto-abdominal.
(e) Na interseção entre a linha axilar anterior e uma linha perpendicular à mesma, partindo do umbigo.

GABARITO OFICIAL D e ficou  D depois o recurso


COMENTARIO PESSOAL
Tambem acho uma pergunta inapropriada para uma prova de medico geral, apesar de ser um tratamento cirurgical muito utilizado em colite ulcerosa... Eu acertei esta pergunta somente porque cheguei a repetir esta parte... acho que nem todos tiveram a mesma sorte...

UTILIZEI A PROVA D COMO REFERENCIA

PERGUNTA
CALIFICATIVO
EXPLICAÇÕES
1
OTIMA
2
ANULADA
3
OTIMA
4
OTIMA
5
OTIMA
6
ANULADA
7
RAZOAVEL
8
OTIMA
9
PESSIMA
MUDANÇA DE GABARITO
10
OTIMA
11
OTIMA
12
ANULADA
PLAGIO
13
ANULADA
14
RAZOAVEL
15
OTIMA
16
CONFUSA
PRESUNÇÃO ERRADA
17
CONFUSA
PRESUNÇÃO ERRADA
18
CONFUSA
PRESUNÇÃO ERRADA
19
PESSIMA
GABARITO ERRADO
20
ANULADA
21
PESSIMA
GABARITO ERRADO, PLAGIO
22
OTIMA
PLAGIO
23
CONFUSA
24
OTIMA
25
OTIMA
26
OTIMA
27
CONFUSA
28
PESSIMA
A PIOR DE TODAS, NEONATO DE 18 CM A TERMO, ETC
29
OTIMA
30
RAZOAVEL
31
OTIMA
32
RAZOAVEL
33
OTIMA
34
OTIMA
35
OTIMA
36
OTIMA
37
RAZOAVEL
38
OTIMA
39
PESSIMA
GABARITO MUDADO
40
OTIMA
41
OTIMA
42
OTIMA
43
OTIMA
44
OTIMA
45
MAL INTENCIONADA
PERGUNTA PARA MEDICO ESPECIALISTA, OU PELO MENOS RESIDENTE
46
OTIMA
47
OTIMA
48
PESSIMA
GABARITO ERRADO MESMO DEPOIS O RECURSO
49
RAZOAVEL
50
RAZOAVEL

EXPLICAÇÕES:

OTIMA: Pergunta otima e pérgunta otima e não facil. Nada a reclamar.

26 perguntas = 52%

RAZOAVEL: Pergunta boa, respeita o conteduo programatico mas poderia ser melhor formulada

7 perguntas = 14%

MAL INTENCIONADA: Pergunta bem formulada, mais fora das aptitudes de um clinico geral, forçada, so para prejudicar o candidato (porque???)

1 pergunta = 2% (seriam mais uns 3 se não iam anular)

CONFUSA: Pergunta com enuncio ruim, mal formulado ou confuso, sem possibilidade de interpretação clara durante uma prova

5 perguntas: 10%

PESSIMA: pessima e pessima, pergunta toalmente errada ou com o gabarito errado mesmo depois o recurso, sem base logica ou com aberraçoes

6 perguntas: 12%

ANULADA: Pergunta que foi anulada antes ou depois o recurso.

5 perguntas = 10%

CONCLUSOES

Seguindo essa avaliação somente 52% (otimas) + 14% (razoaveis) das perguntas = 66% poderiam ser consideradas adequadas para a prova.

Calculando: 66% x 5,00 = 3,30

Não vou considerar as respostas anuladas porque aquilo e ponto morto, igual uma moeda sem valor economica, tanto por candidato quanto para a universidade.

MISODOR, 11 DE NOVEMBRO 2008

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