Ações terapêuticas.
Antibacteriano, antiparasitário e antileproso.
Propriedades.
Quando administrada por via oral, a dapsona é rapidamente absorvida; a excreção é lenta. O mecanismo de ação em dermatite herpetiforme é desconhecido. É bacteriostática e bactericida contra o Mycobacterium leprae.
Indicações.
Dermatite herpetiforme. Todas as formas de lepra, exceto as resistentes à dapsona. Como coadjuvante no tratamento da artrite reumatóide refratária ao tratamento convencional.
Posologia.
Dermatite herpetiforme: em adultos iniciar com 50mg diários (em crianças a dose é menor), que devem ser aumentadas até conseguir a dose ótima. A dose de manutenção deve ser a mais baixa possível com efeitos terapêuticos. Lepra: em pacientes com doença indeterminada e tuberculose negativa, 100mg diários, sem interrupção; segundo recomendações da OMS a administração de dapsona deve ser instituída em combinação com outros quimioterápicos para reduzir a aparição de resistência secundária. Recomenda-se utilizar 600mg diários de rifampicina durante seis meses e depois continuar com dapsona até que os sinais clínicos tenham sido controlados (geralmente mais seis meses). Em pacientes lepromatosos os 100mg diários de dapsona devem ser acompanhados por 600mg diários de rifampicina durante dois anos. O médico pode optar por administrar um terceiro antileproso, como a clofazamina (50-100mg/dia) ou a etionamida (250-500mg/dia).A administração da dapsona geralmente prolonga-se entre 3 e 10 anos até que todos os sinais clínicos de atividade se mantenham negativos pelo menos durante um ano. Nesses pacientes a dapsona deveria continuar-se pelo resto da vida.
Superdosagem.
Náuseas, vômitos e hiperexcitabilidade, que aparecem entre uns minutos e 24 horas após a ingestão. A depressão induzida pela meta-hemoglobinemia, as convulsões e a cianose severa requerem tratamento rápido.
Reações adversas.
Hemólise, meta-hemoglobinemia. Raramente: neuropatia periférica, nesse caso a administração deve ser suspensa. Náuseas, vômitos, dor abdominal, pancreatite, vertigem, visão turva, insônia, febre, dor de cabeça; também nesses casos convém suspender o fármaco.
Precauções.
O paciente deve ser instruído para que avise se aparecerem sinais clínicos como dor de garganta, febre, palidez ou icterícia; foram registradas mortes associadas com dapsona, devidas a agranulocitose, anemia aplásica e outras discrasias sangüíneas. Não utilizar em mulheres grávidas, a menos que o benefício para a mãe supere o risco potencial para o feto. A lactação deve ser suspensa antes que a mãe receba dapsona.
Interações.
A rifampicina provoca diminuição de até 10 vezes os níveis séricos de dapsona; não obstante, no tratamento da lepra não foi necessário modificar as doses administradas. Os antagonistas do ácido fólico (pirimetamina) aumentam a probabilidade de que ocorram reações adversas.
Contra-indicações.
Hipersensibilidade à dapsona e a seus derivados.