Ações terapêuticas.

Antibiótico.

Propriedades.

Trata-se de um lipopeptídeo cíclico derivado da fermentação de Streptomyces roseosporus que pertence a uma nova classe de antibióticos em razão de sua estrutura molecular. A daptomicina liga-se à membrana bacteriana, produzindo uma rápida despolarização de seu potencial, o que se traduz em inibição da síntese de proteínas, DNA, RNA e finalmente, morte bacteriana. Até o momento, não se conhecem mecanismos de resistência, assim como resistência cruzada com outras classes de antibióticos. A daptomicina une-se reversivelmente às proteínas plasmáticas (92%), principalmente à albumina, de forma não dependente da concentração. Estudos in vitro demonstraram que daptomicina nem inibe nem induz a atividade das seguintes isoformas do citocromo P450: 1A2, 2A6, 2C9, 2C19, 2D6, 53 2E1 e 3A4. Sua eliminação ocorre preferencialmente por via renal.

Indicações.

Infecções da pele causadas por microrganismos Gram-positivos sensíveis (Staphylococcus aureus, que inclui as cepas meticilina-resistentes, Streptococcus pyogenes, S. agalactiaeS. dysgalactiae subesp. equisimilis e Enterococcus faecalis (apenas as cepas suscetíveis a vancomicina).

Posologia.

Infecções cutâneas: doses: via intravenosa, 4 mg/kg/dia (infusão intravenosa durante 30 minutos), durante 7 a 14 dias. Dose máxima: 4 mg/kg ao dia. Dado que a daptomicina é eliminada principalmente pelos rins, recomenda-se realizar ajuste na dose para pacientes com depuração de creatinina inferior a <30ml/min.

Superdosagem.

Caso ocorra superdosagem, a função renal deve ser controlada. O fármaco é eliminado em baixas quantidades por hemodiálise ou diálise peritoneal.

Reações adversas.

As principais incluem náuseas, vômitos, constipação, diarreia, dispepsia, febre, reação no local da injeção, cefaleia, insônia, vertigens, rash cutâneo, prurido, hipo- ou hipertensão, dispneia, artralgias. Menos frequentemente podem observar-se edema, hipo- ou hiperglicemia, mialgias, hipopotassemia, diminuição do apetite, superinfecção por Candida.

Precauções.

Caso o paciente venha a apresentar diarreia durante o uso de daptomicina, uma causa possível seria uma alteração na flora microbiana normal e supercrescimento de Clostridium difficile (colite pseudomembranosa). Recomenda-se controlar o desenvolvimento de fraqueza ou dores musculares, principalmente nas extremidades distais e os níveis de creatina fosfoquinase (CPK) semanalmente. Recomenda-se suspender sua administração em pacientes com sinais e sintomas de miopatia em associação ou não com valores elevados de CPK. Recomenda-se também suspender o uso concomitante de fármacos associados a rabdomiólise, como os inibidores da HMG-CoA redutase. O paciente sob tratamento com este antibiótico deve ser monitorado para a possível aparição de sinais e sintomas de neuropatia. Recomenda-se não utilizar na gravidez, salvo se os benefícios para a mãe superem os potenciais riscos para o feto.

Interações.

O uso concomitante de tobramicina e daptomicina produz diminuição da concentração plasmática de tobramicina e aumento da de daptomicina; recomenda-se administrar com precaução.

Contraindicações.

Hipersensibilidade à substância. Gravidez. Amamentação. Crianças.