Ações terapêuticas.

Quimioterápico com atividade antibacteriana e antiparasitária.

Propriedades.

Atua frente a bactérias anaeróbias (bacteroides, clostrídios e cocos anaeróbios), infecções por protozoários (amebíase, tricomoníase e lamblíase). Passa pelo líquido cefalorraquidiano, líquidos corporais e tecidos. Nos 5 primeiros dias de tratamento, eliminam-se 85% da dose administrada (na urina 63% e nas fezes 22%), a maior parte na forma de metabólitos; depois de sua metabolização hepática, sua taxa de fixação à proteínas é de 15% e a meia-vida é de 13 horas.

Indicações.

Por via parenteral, naquelas infecções sistêmicas produzidas por germes anaeróbios: septicemia, meningite, peritonite, sepse puerperal, aborto séptico e endometrite. Utiliza-se como prevenção destes tipos de infecções, previamente a operações gerais ou intervenções ginecológicas. Amebíase grave de localização intestinal ou hepática. Tricomoníase, candidíase.

Posologia.

A forma de ampola é exclusiva para perfuração IV: não deve ser injetada sem ser previamente diluída, em solução de glicose ou cloreto de sódio. Tratamento das infecções por bactérias anaeróbias: iniciar com 500 a 1.000 mg (1 a 2 ampolas) e depois, 1 ampola a cada 12 horas, durante 5 a 10 dias. Crianças: 10 a 15 mg/kg a cada 12 horas inicialmente e durante os mesmos dias (lactentes e recém-nascidos: 10 mg/kg a cada 12 horas). Prevenção cirúrgica destas infecções: ½ hora antes da intervenção, 1.000 mg. Em recém-nascidos, lactentes e crianças: 20 mg/kg em 2 perfusões IV. Amebíase grave: iniciar com 500 a 1.000 mg e depois, 1 ampola a cada 12 horas, durante 3 a 6 dias. Crianças: 30 a 40 mg/kg/dia. Tricomoníase aguda <196> comprimidos: 3 comprimidos de 500 mg em uma única ingestão após as refeições, ou 1½ comprimido duas vezes ao dia (tratamento de 1 só dia). Tricomoníase crônica <196> esquema de 5 dias: 2 comprimidos ao dia (pela manhã e à noite). Crianças: 25 mg/kg/dia por via oral, durante 5 dias.

Reações adversas.

Podem ocorrer casos de cefaleias, tonturas e possíveis distúrbios gastrintestinais. Em alguns casos, erupção cutânea na zona de injeção.

Precauções.

Evitar sua prescrição durante o primeiro trimestre de gravidez, a não ser que a indicação seja imprescindível. A fórmula leucocitária deverá ser controlada nos casos de antecedentes de discrasias sangüíneas, ou nos tratamentos com doses altas ou prolongadas.

Interações.

Caso o ornidazol seja associado com dicumarínicos, tomar cuidado com o paciente, pela possível potencialização do efeito anticoagulante. Evitar a associação com dissulfiram. Por sua estrutura nitroimidazólica, pode potencializar a ação do vecurônio. No caso de superdosagem, podem ocorrer náuseas, vômitos, tonturas, dor de cabeça, apatia e sonolência. Com outros derivados nitroimidazólicos, observaram-se neurite periférica, depressão psíquica e convulsões epileptiformes.

Contraindicações.

Pacientes com afecções do sistema central ou nos casos de hipersensibilidade à droga. Primeiro trimestre da gravidez.