Ações terapêuticas.

Antiprotozoário.

Propriedades.

Estruturalmente relacionada com a trimetoprima, une-se e inibe de forma reversível à enzima diidrofolato redutase do protozoário; bloqueia a conversão do ácido diidrofólico para sua forma funcional, que é o ácido tetraidrofólico. Este esgota as reservas de folato co-fator essencial na biossíntese dos ácidos nucléicos , interferindo assim na produção de proteínas e ácido nucléico do protozoário. Exerce seu efeito numa passagem imediatamente posterior, na qual atuam as sulfamidas na biossíntese de folato. Quando é administrada de forma simultânea com sulfamidas, exerce um sinergismo que é atribuído à inibição da produção de tetraidrofolato em duas passagens seqüenciais de sua biossíntese. É ativa mediante as formas eritrocíticas assexuais e, em menor grau, contra as formas tissulares do plasmódio por P. falciparum. Não destrói os gametócitos, mas detém a esporogonia no mosquito. É bem absorvido por via oral. Une-se às proteínas e metaboliza-se no fígado. Sua meia-vida é de 96 horas e elimina-se pricipalmente por via renal; a excreção urinária persiste durante 30 dias ou mais.

Indicações.

Profilaxia e tratamento do paludismo por espécies de Plasmodium. Toxoplasmose em associação com uma sulfamida do tipo sulfapirimidina.

Posologia.

Ataque agudo de paludismo: 25mg 2 vezes ao dia, durante 3 dias. Quimioprofilaxia: 25mg 1 vez a cada 7 dias. Toxoplasmose: em associação com sulfamida, do tipo sulfapirimidina, 50 a 100mg 1 vez ao dia, durante 1 a 3 dias, de acordo com a tolerância do paciente, depois 25mg 1 vez ao dia, durante 4 a 6 semanas. Dose máxima para adultos ataque agudo: até 75mg/dia; cura supressiva: até 75mg semanais. Doses pediátricas paludismo, ataque agudo: 0,3mg/kg 3 vezes ao dia, durante 3 dias; quimioprofilaxia: 0,9mg/kg 1 vez cada 7 dias; toxoplasmose em associação com uma sulfamida tipo sulfapirimidina: 1mg/kg 2 vezes ao dia, durante 1 a 3 dias, depois 0,5mg/kg 2 vezes ao dia, durante 4 a 6 semanas.

Reações adversas.

Com doses elevadas, aparecem sinais de deficiência de ácido fólico: glosite atrófica, diarréia, faringite, esofagite, estomatite ulcerosa, hemorragias ou hematomas não habituais, discrasias sangüíneas, vômitos. Sinais de superdosagem: instabilidade, torpor, tremores, crises convulsivas.

Precauções.

Se ocorrer anemia, é importante tomar ácido fólico com o tratamento. O uso não é recomendado durante a gravidez nem no período de lactação, porque a pirimetamina interfere no metabolismo do ácido fólico. Pode haver maior incidência de infecções microbianas pelos efeitos neutropênicos da pirimetamina, retardamento na cicatrização e hemorragia gengival. Pode-se ingerir durante as refeições para diminuir a irritação gástrica. O tratamento supressor do paludismo deve ser iniciado 2 semanas antes de o paciente entrar na área de risco e deve ser prolongado por 6 semanas após sair dela.

Interações.

O uso simultâneo com depressores da medula óssea pode aumentar os efeitos leucopênicos e trombocitopênicos. O uso de outros antagonistas dos folatos, devido à possibilidade de anemia megaloblástica, não é recomendado.

Contra-indicações.

A relação risco-benefício deverá ser avaliada na presença de doenças convulsivas, deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase, disfunção hepática e anemia megaloblástica.