Ações terapêuticas.
Antipsicótico.
Propriedades.
A ziprasidona é um antagonista dos receptores de serotonina tipo 2A (5HT2A) e dos receptores de dopamina do tipo 2 (D 2). Não se conhece o seu mecanismo de ação exato, porém acredita-se que a atividade antipsicótica seja mediada, pelo menos em parte, por esta combinação de efeitos antagônicos. A ziprasidona é também um potente antagonista dos receptores 5HT2C e 5HT1D, inibe a recaptura neuronal de noradrenalina e de serotonina. Após administração por via intramuscular a biodisponibilidade da ziprasidona é de 100%, ao passo que a absorção por via oral é quase total quando administrada junto com as refeições.A meia-vida terminal da ziprasidona é de 6 horas, sendo que mais de 99% da dose encontra-se ligada a proteínas plasmáticas. Sofre extensa metabolização após a administração oral, sendo apenas uma pequena quantidade eliminada na forma inalterada por via urinária (< 1%) ou fecal (< 4%). A ziprasidona é depurada primariamente através de três rotas metabólicas propostas, dando origem a quatro metabólitos, a benzisotiazol piperazina (BITP) sulfóxido, a BITP sulfona, o sulfóxido de ziprasidona e a S-metil-diidroziprasidona. Aproximadamente 20% da dose é eliminada na urina, sendo aproximadamente 66% eliminados nas fezes.A ziprasidona inalterada representa cerca de 44% do material total relacionado com o fármaco no soro. Os estudos in vitro indicam que o CYP3A4 é o citocromo preponderante que catalisa o metabolismo oxidativo da ziprasidona, possivelmente com alguma participação do CYP1A2. A S-metil-diidroziprasidona é gerada em duas etapas, catalisadas pela aldeídoxidase e a tiolmetiltransferase.
Indicações.
Agitação aguda em pacientes psicóticos.
Posologia.
As doses recomendadas são as seguintes. Via intramuscular; 10mg a 20mg ao dia. Dose máxima: 40mg ao dia. A dose de 10mg pode ser administrada a cada 2 horas, e a de 20mg pode ser administrada a cada 4 horas. A duração máxima do tratamento é de 3 dias consecutivos. Por via oral, 40mg duas vezes ao dia, junto às refeições. Dose máxima: 160mg ao dia.
Superdosagem.
Caso ocorra superdose, os sintomas observados compreendem sedação discreta, dificuldade de fala e hipertensão transitória. Como não existe antídoto específico, recomenda-se aplicar tratamento monitoração cardiovascular e eletrocardiográfico contínuo, no sentido de detectar possível arritmias.
Reações adversas.
As principais reações adversas compreendem enjôos, náuseas, sonolência, dor no ponto de injeção, acatisia, vômitos, insônia, cefaléia, taquicardia e hipotensão postural. Com menor freqüência podem observar-se astenia, síndrome extrapiramidal, hipotensão, prolongamento do intervalo QT e convulsões.
Precauções.
Não há dados sobre a avaliação da segurança e eficácia da injeção intramuscular de ziprosidona em crianças com idade inferior a 18 anos. Recomenda-se não administrar o fármaco por via intramuscular em pacientes com idade superior a 65 anos ou em pacientes com insuficiência ou comprometimento renal; pelo contrário, não é necessário realizar ajustes de doses quando a via de administração é a oral. Em caso de pacientes com insuficiência hepática leve a moderada, devem considerar-se doses menores, independentemente da via de administração utilizada. Se durante o tratamento os pacientes apresentam síndrome neuroléptica maligna, recomenda-se interromper imediatamente o tratamento.Os desbalanços eletrolíticos, tais como hipopotassemia e hipomagnesemia aumentam o risco de arritmias graves, e devem ser corrigidos antes do início do tratamento. Recomenda-se precaução ao tratar pacientes com antecedentes de convulsões. Os dados de segurança pré-clinicos não mostraram especial risco quanto ao uso da ziprasidona em seres humanos, com base em estudos convencionais de farmacologia para segurança, genotoxicidade e potencial carcinogênico. Em estudos de reprodução em ratos e coelhos, a ziprasidona não revelou evidência de teratogenicidade. Observaram-se efeitos adversos sobre a fertilidade e um número aumentado de crias natimortas, menor peso das ninhadas e retardo no desenvolvimento funcional com doses capazes de causar toxicidade materna, tais como sedação e menor ganho de peso corporal.Não se recomenda a administração durante a gravidez, a menos que o benefício esperado para a mãe supere o risco potencial para o feto. Até o presente não se sabe se a ziprasidona é eliminada no leite materno, razão pela qual recomenda-se administrar este fármaco durante a fase de amamentação.
Interações.
Recomenda-se administrar com precaução com medicamentos que atuam em nível dos sistemas dopaminérgicos e serotoninérgicos, em razão de uma possível potencialização do efeito farmacológico. Dado que a ziprasidona causa um prolongamento discreto a moderado do intervalo QT, este fármaco não deve ser administrado juntamente com outros que alterem o intervalo QT. A administração da ziprasidona não determinou alteração significativa na farmacocinética de estrógenos e progesterona. A co-administração de ziprasidona não teve influência sobre a farmacocinética do lítio. Doses múltiplas de antiácidos contendo alumínio e magnésio não exerceram qualquer efeito sobre a farmacocinética da ziprasidona. Dado que a biodisponibilidade da ziprasidona aumenta em cerca de 100% em presença de alimentos, recomenda-se que sua administração seja feita durante as refeições.
Contra-indicações.
Hipersensibilidade ao fármaco, prolongamento do intervalo QT, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca e arritmias tratadas com antiarrítmicos classes I e III.